Escola não é lugar de medo nem nunca será. Com esse lema, a escola de Ceilândia recebe nesta quarta (19/04), das 9h às 11h e das 13h às 16h, o projeto Leitura para a cultura de paz. Os professores terão uma palestra com a idealizadora do projeto, Débora Bianca Xavier Carreira, e receberá 20 kits, cada um com seis livros a serem trabalhados com os alunos. A Escola Classe 46 (EC 46) de Ceilândia foi contemplada graças ao projeto patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF)
A proposta é sensibilizar a comunidade para lidar com a questão das violências explícitas e veladas dentro e fora do ambiente escolar. Para tanto, o projeto vai desenvolver ações de incentivo à leitura com alunos, professores e responsáveis, de 19 de abril a 21 de outubro.
Ao todo, serão entregues 240 livros, 120 para os alunos e 120 em formato de sorteio para a comunidade. Também serão realizadas oficinas, minicursos e palestras para os educadores, bate-papo com especialista em literatura infantil, mediação de leitura e leituras compartilhadas com os alunos, rodas de conversa e apresentações artísticas e literárias para toda a comunidade escolar.
Do plano a prática
Levar às escolas um trabalho que contribui para o enraizamento de uma cultura de paz sempre foi um dos desejos da idealizadora do projeto Leitura para a cultura de paz, Débora Bianca Xavier Carreira, mestra em educação com pesquisa na área de violência nas escolas. E neste momento em que a violência nas escolas está, cada vez mais, evidente para a sociedade, Débora decidiu colocar em prática uma ideia que tem o livro como instrumento de mediação.
“Acreditamos que a prática da leitura venha amenizar a violência ao contribuir para a construção de relações pacíficas e respeitosas”, explica ela. “A arte e a cultura podem transformar espaços e afetos e o que faremos é viabilizar caminhos possíveis para que isso aconteça de forma prazerosa e significativa”, diz otimista.
Prevendo acessibilidade, o projeto disponibilizará livros em Braille e os encontros presenciais contarão com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Programação
As ações serão realizadas de acordo com cada público-alvo e sempre em dois turnos, matutino e vespertino.
Com os educadores - Em 17 de maio (das 9h às 11h e das 14 às 16h), o corpo docente da Escola Classe 46 vai receber um minicurso sobre formação de leitores com a colaboradora Andréa Kluge Pereira. No dia 31 de maio (das 9h às 10h30 e das 14h às 15h30). Lair Franca ministra oficina com o tema Os diversos significados da mediação de leitura e sua importância na construção da cultura de paz.
Com os alunos - Em 7 de junho , 8 de agosto e 6 de setembro (das 9h ás 10h e das 14h) tem contação de história e em 13 de setembro (das 9h às 12h e das 14 às 17h) será realizada mediação de leitura. Essas atividades serão conduzidas pelas educadoras e escritoras Lair Franca e Débora Bianca.
Com os familiares - Em 30 de agosto (das 9h às 10h30 e das 14h às 15h30), Iris Borges comanda uma roda de conversa com toda a comunidade escolar. A expectativa é de que o tema As minhas, as suas, as nossas histórias suscite em pais e alunos o prazer em resgatar histórias da família, despertando curiosidade, interesse pela investigação e pelas narrativas, enquanto trabalha o fortalecimento de vínculos e o sentimento de pertencimento.
Encerramento - As ações do Leitura para a Cultura de Paz serão finalizadas em um evento para toda a comunidade escolar, em 21 de outubro, das 9h às 12h, na Escola Classe 46. Para o encerramento da primeira experiência do projeto estão previstas duas exposições. Uma com as atividades desenvolvidas pelos estudantes e outra com os registros fotográficos dos trabalhos realizados ao longo do projeto.
Na ocasião, serão sorteados mais 20 kits literários e apresentados à comunidade os dados colhidos ao longo da execução das atividades. Também será realizado um espetáculo artístico (ainda em definição).