O Ministro da Educação (MEC), Camilo Santana, admitiu que faltou acompanhamento na coordenação da implementação do novo Ensino Médio, que começou desde o ano passado com o primeiro ano do segundo grau. Além disso, ressaltou que o ministério foi omisso na adaptação junto às escolas, o que contribuiu para um “atropelamento” em uma mudança desse porte no país. Agora, a pasta quer rever a comunicação com os agentes que participam do processo para que seja mais “democrática”.
- Reforma do ensino médio: secretários de Educação criticam suspensão de cronograma
- Camilo confirma suspensão do cronograma do Novo Ensino Médio
“Se iniciou (o Novo Ensino Médio) no ano passado com a implementação do primeiro ano e esse ano deu sequência ao segundo ano do Ensino Médio. Qual avaliação fazemos pela equipe do Ministério? Primeiro, nós reconhecemos que não houve um diálogo mais aprofundado da sua implementação, não houve uma coordenação por parte do Ministério da Educação, foi omisso principalmente no período difícil da pandemia. Uma necessidade pra gente poder rever toda essa discussão”, disse o ministro.
O MEC decidiu revogar por 60 dias a portaria que estabelece o cronograma de implementação do novo Ensino Médio, em razão de um melhor debate de sua estrutura para rever o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“O que nós avaliamos é que houve erro na condução da execução, não se amarrou fortemente a questão da aplicação dos itinerários. Vou dar um exemplo, tem escola que escolheu oito disciplinas para o itinerário, tem escola que escolheu trezentas. Então, não houve uma orientação, não houve formação de professores, não houve adaptação para infraestrutura das escolas necessárias”, ponderou.
A suspensão da reforma educacional do segundo grau não foi encerrada por completo. Com o início do ano letivo, o segundo ano do Ensino Médio seguiu com a mudança, como indicava o cronograma.
Ainda assim, o ministro garante que a reabertura da discussão trará aperfeiçoamento ao que já está sendo feito, sem prejudicar a juventude brasileira, principalmente nas oportunidades.
“O que nós queremos é que tenhamos um Ensino Médio que possa focar na flexibilização, no modelo que a gente, inclusive, possa garantir profissionalização para o nosso jovem, que possa ter qualificação já no ensino médio, que possa ser no futuro de tempo integral, como diz a lei, que é o nosso grande objetivo, aumentar carga horária para chegar ao tempo integral nas escolas brasileiras. Portanto, a condução que foi errada e alguns elementos vão ser corrigidos”, determinou.