Com a finalidade de debater e analisar o ensino médio brasileiro, os senadores que integram a Comissão de Educação (CE) aprovaram, na noite da última terça-feira (14), o requerimento para criação de uma subcomissão temporária. Composta por cinco senadores titulares e cinco suplente, a subcomissão deverá apresentar, em 180 dias, relatório com as respectivas medidas legislativas e orçamentárias a serem tomadas, além de uma análise geral da educação destinada aos jovens matriculados nesse nível de ensino.
A proposta, de autoria da senadora Teresa Leitão (PT-PE), entrará em vigor na próxima reunião, cujo a data ainda não foi definida. A reunião foi conduzida pelo presidente da comissão, o senador Flávio Arns (PSB-PR). Segundo a parlamentar, a nova configuração do ensino médio trouxe vários questionamentos dos gestores estasuais e o objetivo da subcomissão é apresentar à sociedade sugestões de melhorias.
A senadora Dorinha Seabra, membro da comissão, destaca que a implementação do Novo Ensino Médio carece da ajuda do Ministério da Educação (MEC) para ser implementada, com eficiência, nas escolas do Brasil. A parlamentar comenta que as escolas sofreram com o negligenciamento de verba durante a pandemia, o que dificultou as mudanças para a implementação do novo modelo. "Pode-se considerar que o Novo Ensino Médio nem chegou a ocorrer de fato. Há escolas que ainda não disponibilizou para os alunos sequer matérias optativas . Em especial, as escolas de cidades mais isoladas", pondera a parlamentar. A senadora ressalta que essa avaliação do Novo Ensino Médio deve ser realizada com urgência. "Estamos, cada vez mais, aprofundando as lacunas entre ensino particular e público. O ensino médio brasileiro, muito antes desta mudança, estava defasado", mostra.
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O primeiro passo para uma implementação concisa, segundo a senadora tocantinense, seria unir gestores educacionais qualificados com estrutura escolar digna no próprio ambiente escolar. “Não se trata apenas de implementar um novo recurso educacional. É um processo de adaptação, precisamos oferecer todo aparato necessário para o desenvolvimento intelectual dos estudantes. Desde o laboratório e a biblioteca até o quadro de professores especializados”, menciona a senadora, que apoia a iniciativa da coleta Teresa Leitão.
Durante a reunião de instalação da subcomissão, a senadora Tereza Leitão argumenta que assim como na atualidade, as novas tecnologias, redes sociais, inteligência artificial, robótica, são extremamente necessárias na grade curricular dos estudantes. “A pandemia evidenciou a desigualdade digital que estava debaixo do nosso nariz. Os professores fizeram das tripas o coração para lecionar, e os estudantes, muitas vezes, não tinham nem o dispositivo tecnológico em casa, muito menos acesso à internet”, aponta .
Novo ensino médio: como funciona?
O Novo Ensino Médio foi implementado nas escolas brasileiras em 2022, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Neste novo período os alunos do primeiro ano, se adaptaram a esta modalidade e a previsão é de que até 2024 esse novo formato de educação seja aplicado em todas as turmas do país. A flexibilização curricular e uma nova estrutura de educação, que inclui a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de itinerários formativos, são os diferenciais da modalidade.
Por meio dos itinerários formativos, os alunos podem se aprofundar nos conhecimentos de uma área do conhecimento como matemática e suas tecnologias, linguagens e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e sociais aplicadas, e da formação técnica e profissional (FTP) ou mesmo nos conhecimentos de duas ou mais áreas da formação técnica.
Estagiária sob a supervisão de Ana Sá