Em uma competição em prol do desenvolvimento científico e da tecnologia, parâmetros tão importantes na realidade atual, 100 equipes de todo o Brasil se enfrentarão na First Lego League (FLL) Challenge no Festival Sesi de Robótica 2023. Os encontros ocorrerão a partir desta quarta-feira (15/3) irão até sábado (18), no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Montados e programados por estudantes de 9 a 16 anos, mesas e robôs de peças de Lego serão os principais componentes do enfrentamento. A programação será gratuita e aberta ao público.
O cronograma inicia-se na quarta-feira (15) com a ambientação das equipes, a entrada será permitida das 15h às 17h. Já as competições terão início na quinta (16) e seguirão até sábado (18), com a visitação do público das 9h às 17h.
Depois das seletivas realizadas dentro das instituições Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), os grupos foram selecionados em torneios regionais. Nesta competição nacional, dezenove alunos das escolas participarão divididos em três equipes Albatroid, Bono e Lego of Olympus. Cada equipe é orientada por dois professores, que atuam como técnicos.
Durante a competição, além de colocar os robôs em mesas para batalhas, os times precisam apresentar um projeto com solução inovadora para um problema do mundo real. A ideia precisa estar alinhada ao tema da temporada de disputas, que, desta vez, é Energize e tem o propósito de convidar crianças e adolescentes a reimaginar o futuro da energia sustentável. Na FLL Challenge, o desafio foi intitulado Super Powered e os grupos exploram a origem, a distribuição, o armazenamento e a utilização de energia.
Energia aos Ribeirinhos
Ao todo três equipes do Centro-Oeste foram selecionadas para participar da etapa nacional. Com dedicação e entusiamos e além de tudo, amor pela ciência, os estudantes irão disputar pela vaga no torneio internacional. A última etapa ocorrerá em Houston, cidade no Texas, entre 19 a 22 de Abril, sem um prêmio previamente definido.
De maneira sucinta e espontânea a ideia para o projeto veio antes mesmo do esperado e foi prestigiada logo de início pelas seis integrantes da equipe. A participante da equipe Bono, Bruna Lopes, 15 anos, levou o problema para dentro de casa e com a ajuda de seus responsáveis conseguiu pensar em algo que impactasse a realidade de parentes que não tinham acesso à energia de forma justa.
Chegando a pagar R$ 200 mensalmente para ter acesso à energia por meio de gerador, seus tios e a comunidade ribeirinha, moradores de Ilha das Onças, munícipio de Barcarena – PA, sofriam para fechar a conta no fim do mês. “Priorizamos em nosso projeto, principalmente, a manutenção elétrica para uma geladeira e um congelador, além de três cômodos da casa. Essas famílias dependem da energia para conservarem a pesca e o açaí, suas principais fontes de renda”, comenta a estudante do Novo Ensino Médio do Sesi-DF.
A solução criada pela equipe Bono foi o Giro do Norte, que consiste em uma roda d’água para gerar energia hidráulica, de forma limpa para os ribeirinhos. Esse engenho, feito por materiais recicláveis, ainda possui um dispositivo que permitirá a acomodação da roda paralela ao mesmo nível da água, mesmo com a inconstância da maré.
Projeto Solar
O trabalho em equipe, a organização e o contato cotidiano com a tecnologia de ponta, são os pontos mais importantes do projeto para a participante da equipe Albatroid, Júlia Miranda, 12. Ela ainda menciona que as atividades dispostas, desde a montagem da mesa até o desenvolvimento do robô, são totalmente realizadas em período adverso ao horário de estudo na instituição, e as atividades e funções são divididas entre os componentes.
Os integrantes dessa equipe investiram em um projeto denominado Solar — acrônimo para Sistema Otimizado de Limpeza Automática Rápida. A ideia é promover a lavagem automatizada de placas solares, em intervalos de tempo predefinidos, de forma a evitar a perda da eficiência do equipamento por sujeira. Entre os benefícios está a diminuição do risco de acidentes em altura decorrentes do trabalho de limpeza dos equipamentos.
Corpo humano como fonte de energia
Também representante do Sesi-DF, a Lego of Olympus aposta em uma pulseira chamada Move Plus, que transforma as energias cinética e térmica, produzidas pelo corpo humano, em energia elétrica. A conversão possibilita o carregamento por indução de aparelhos celulares. Por reutilizar uma energia que seria desperdiçada, a iniciativa contribui para o meio ambiente.
Além das integrantes do festival Júlia Miranda e Bruna Lopes, a participante da equipe Lego of Olympus, Amanda Oliveira, 15, está esperançosa com a fase internacional, última fase do projeto. "Em sete meses desenvolvemos o projeto e todo esforço foi recompensado. Recebemos o melhor desenvolvimento de robô na mesa, estou ansiosa pelo resultado da nova disputa", conclui a jovem.
Estagiária sob a supervisão de Ana Sá