Estudantes de escolas particulares de elite de Curitiba (PR), como Colégio Marista, Bom Jesus e Positivo Ângelo Sampaio, decidiram reagir de forma, no mínimo, fascista à derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentou a reeleição. Além de ameaçar e agredir colegas que apoiam Lula, criaram uma corrente em grupos do WhatsApp, intitulados "Geração Verde e Amarela", para manifestar o desejo de comprar armas para matar o presidente eleito pelo PT. Curitiba foi uma das capitais do país em que Bolsonaro teve maior proporção de votos no primeiro turno em relação ao petista.
Os alunos postaram nos grupos mensagens como "Vamo compra arma", "Quem vai ser o herói que vai matar o Lula?", “Vou atirar em feminista” e "A 12 do meu pai chegou sexta-feira kkk". Na segunda-feira (31), vídeo de estudantes do Colégio Marista circulou nas redes, com imagens de grupo de alunos portando bandeiras do Brasil e hostilizando colegas, entoando, em coro, “Ei, Lula, vai tomar no cu”.
Por meio de nota, o colégio Positivo Ângelo Sampaio declarou que "a liberdade de expressão é um dos valores que defende dentro e fora da escola". O Colégio Bom Jesus argumentou se tratar de “ocorrências atípicas e pontuais”, e informou que prosseguirá, em seus projetos pedagógicos, focado nos "valores humanos, privilegiando o respeito, o diálogo e a tolerância". O Colégio Marista Santa Maria, por sua vez, disse discordar de "todos os tipos de violência, seja ela verbal, simbólica, psicológica ou física".
O episódio se soma a vários outros violentos ainda em andamento no país, desde a contagem final dos votos do segundo turno. A poucas semanas da eleição, um grupo de alunos foi suspenso do Colégio Bom Jesus depois de gravar um vídeo em que um deles aparece urinando em uma bandeira do PT, com o rosto de Lula. Durante a ação, outros estudantes gritavam "aqui é Bolsonaro".
No vídeo compartilhado por um dos jovens e que circula nas redes sociais, um aluno amassa a bandeira vermelha e a coloca dentro de um mictório. Ele chuta a descarga algumas vezes para acioná-la, em seguida, urina na bandeira. Enquanto isso, outros colegas, que não aparecem no vídeo, dão risada e gritam o nome de Bolsonaro.
Em nota, a direção do colégio disse que, assim que soube do ocorrido, tomou providências para identificar os envolvidos e comunicar às famílias deles a situação. O colégio classificou o episódio como "atípico e pontual" e disse não concordar com "ações que desrespeitam pessoas, ideias ou culturas". Oito alunos foram suspensos por envolvimento no caso.