Uma das áreas mais impactadas pela pandemia de covid-19 foi a educação. As ferramentas tecnológicas se tornaram fundamentais para que alunos de todos os níveis de escolaridade continuassem suas rotinas de estudos, ainda que com adaptações. Com a retomada das atividades presenciais, estudantes e professores retornaram à sala de aula, mas a experiência do isolamento social reforçou um ensinamento importante: a tecnologia pode ser uma grande aliada da educação.
O coordenador de informática do Colégio Mackenzie de Brasília, Janerson Borges, relata que a pandemia mostrou aos professores o potencial das ferramentas virtuais e como elas podem ser trabalhadas. "Muitos deixaram o estigma de que a tecnologia é difícil", conta. Ele também explica que a tecnologia tem servido como forma de mensurar o aprendizado dos alunos. "O professor lança alguma atividade na plataforma e rapidamente consegue averiguar o nível de conhecimento dos discentes", detalha.
Em 2020, a plataforma Moodle se tornou a principal ferramenta para o novo formato de aulas no Mackenzie. Após a oferta de treinamentos a professores e equipes técnicas, outras ferramentas como Teams, Google Meet e BigBlueButton (BBB) foram inseridas aos poucos. Treinamentos e aquisição de equipamentos adquiridos marcaram o retorno no regime híbrido. As aulas passaram a ser dadas em sala para os estudantes que optaram pelo presencial e transmitidas, ao vivo, para os que escolheram o formato remoto.
Para além dos ajustes necessários durante o período de crise sanitária, a escola tem tradição no ensino de robótica. A oportunidade de se aprofundar na área ocorre após o 5º ano, pela Robótica Educacional. O estudante do 8º ano Rafael Barreiros de Resende, 13 anos, participa do projeto e estuda robótica desde o 3º ano. "A robótica vai me ajudar muito no futuro, porque abre caminhos para diversas oportunidades de trabalho com assuntos que venho aprendendo desde pequeno", afirma.
O professor de robótica educacional da instituição, Mauro Azevedo Viana, esclarece que a disciplina é a oportunidade de aplicar na prática o que é aprendido em sala de aula. "Trazemos para eles alguns conceitos de física e engenharia para que possam desenvolver melhor as matérias voltadas à área das exatas e aplicar conceitos aprendidos em sala de aula na prática, como polia, engrenagem, alavanca e lógica de programação."
Professores
Tatiana Barreiros de Resende, mãe de Rafael, acredita que a tecnologia é uma forte aliada da educação, mas que não deve substituir a figura do professor. Ela relata que a robótica foi uma porta de entrada para que o filho se interessasse por outras áreas da tecnologia. "Isso ajuda nas aulas de matemática e, futuramente, nas aulas de física."
O professor da Faculdade Mackenzie e especialista em direito digital Ronaldo Bach diz que os benefícios da tecnologia para a educação são múltiplos. "A partir do momento que se dispõe de internet e equipamentos adequados, pode-se interagir com especialistas sobre os temas a serem tratados em classe, além da possibilidade de visitas virtuais e o uso de ferramentas para fixação de conteúdos", diz Bach, que concorda com a mãe de Rafael: "Entendo que a tecnologia auxilia, mas não substitui a figura do professor presencial e a salutar interação presencial entre os alunos da educação básica".