A necessidade de aprender uma nova língua se torna cada vez mais urgente em um mundo globalizado e hiperconectado. Em meio à vasta quantidade de opções de línguas estrangeiras, o inglês se sobressai: é a mais falada do mundo, entre nativos e não nativos. Ter acesso ao idioma desde pequeno é uma forma de aprender de maneira mais leve, quando a criança ainda está em formação. Por isso, escolas bilíngues são alternativas atraentes para pais que desejam ver os filhos fluentes e mais preparados para os desafios do mundo.
A arquiteta Marília Teixeira de Campos, 38 anos, e o administrador Armando Júnior Dionato, 46, tomaram a decisão e matricularam o pequeno Martim, de apenas 3 anos, na One School, escola bilíngue criada pelo centro binacional (Estados Unidos-Brasil) Casa Thomas Jefferson, voltada para a educação infantil.
"Eu quero que ele tenha o aprendizado de uma segunda língua de maneira mais natural, com essa imersão no dia a dia, com mais facilidade e fluência", declara a mãe. A arquiteta acredita que Martim terá mais confiança para atuar em todos os lugares que ele quiser no mundo globalizado. "Às vezes, nós o vemos brincando em inglês, usando a língua para expressar palavras que esqueceu no português. A impressão que eu tenho é que ele não sabe que são duas línguas diferentes. Já está muito interiorizado. Ele não fala tudo em inglês, mas já compreende quase tudo. É impressioante", admira-se a mãe.
Já o pai explica que a decisão de matricular o filho em uma escola bilíngue é para que o pequeno enfrente menos obstáculos no futuro. "A escolha desse tipo de educação foi para que ele aprenda a falar naturalmente, sem precisar ficar traduzindo texto, e a gente já percebe que ele entende tudo o que as professoras falam." Em casa, Armando também tem percebido a evolução do menino. "Ele já fala muitas coisas em inglês, inclusive em brincadeiras e cantando, e às vezes ele mistura os dois idiomas. Começa falando em português, depois fala em inglês, bem naturalmente", diz.
Denise De Felice, diretora Administrativa e Pedagógica da One School, conta que as crianças pequenas aprendem a falar a segunda língua da mesma forma como aprendem a língua materna, interagindo com outras pessoas em contextos variados. "A experiência educativa bilíngue é rica quando permite que a criança brinque, experimente, crie, movimente-se, explore o mundo ao seu redor, pergunte, descubra, crie e teste hipóteses, busque sentido, imagine… Tudo isso usando as duas línguas", assinala Denise.
"A educação bilíngue é uma forma de proporcionar uma educação significativa e equitativa, bem como uma educação que cria tolerância em relação a outros grupos linguísticos e culturais. Ao fazê-lo, o ensino bilíngue fornece uma educação global, desenvolve múltiplos entendimentos sobre idiomas e culturas e promove a valorização da diversidade humana", completa a gestora.
Aprender de forma natural
O aprendizado de uma segunda ou terceira língua traz benefícios que vão além do meramente linguístico, conforme explica a diretora de aprendizagem da rede de escolas de inglês Red Balloon, Ruymara Almeida. "Esse aprendizado expande a nossa visão do mundo e nos torna mais receptivos a novas culturas, e isso pode nos ajudar a nos tornarmos mais empáticos e respeitosos em relação às diferenças", esclarece. Segundo ela, o estudante multilingue tem mais oportunidades de aprimorar funções cognitivas, que facilitam o progresso na vida acadêmica, como pensamento crítico, raciocínio lógico e habilidades de vida, como resolução de problemas, comunicação, sociabilidade, flexibilidade e melhora da memória, além de fortalecer a autoconfiança e a autoestima.
Aprender uma nova língua é um desafio que pode ser enfrentado em qualquer idade. No entanto, Ruymara fala que o período mais propício é do nascimento aos 11 anos, quando ocorrem as chamadas janelas de aprendizagem. "O que vai determinar se vamos aprender ou não é a nossa exposição. Se essa criança for exposta a mais uma língua, por qualquer motivo, seja na escola, seja dentro de casa, ela vai aprender essa segunda ou terceira língua do mesmo jeito que aprende a língua nativa, porque ela está no momento de aprender a linguagem", destaca.