A escola exerce papel fundamental na formação de cidadãos. No entanto, ela não trabalha sozinha. A participação e a integração com a família também são importantes para o melhor aproveitamento do ensino. Algumas escolas, inclusive, têm usado ferramentas on-line para criar um canal de comunicação com pais e responsáveis. Essa parceria contribui para o sucesso do processo educacional e desenvolvimento das habilidades dos estudantes.
É comum associarmos que o papel da escola é proporcionar a formação acadêmica e intelectual dos alunos. Enquanto o da família é o desenvolvimento humano e a transmissão de valores e princípios. A verdade é que esse conjunto funciona como uma engrenagem. Família e escola precisam trabalhar juntas. Sem a escola, a família não consegue suprir as necessidades educacionais e, sem a família, a escola não consegue oferecer todo o suporte emocional e afetivo que as crianças precisam para se desenvolverem.
Para o diretor-geral do colégio Marista João Paulo II, Luiz Gustavo Mendes, a responsabilidade pela aprendizagem é compartilhada entre família, escola e estudantes. "Trata-se de um tripé que deve estar equilibrado. Todos os estudantes precisam de ações extraescolares para se desenvolverem bem. Essas ações são ofertadas pela família sob a orientação técnica da escola. Ações que se materializam na organização da rotina, na formação dos hábitos de estudo e, por vezes, pela busca de profissionais especializados. Por isso, é fundamental a sintonia constante entre escola e família", afirma Mendes.
A participação dos pais no cotidiano escolar reflete no desempenho satisfatório dos alunos. Daniela Dias, coordenadora dos anos finais no Marista, afirma que a parceria entre escola e família faz com que os estudantes se sintam mais confiantes, apoiados e reconhecidos.
"(Os alunos) ganham mais segurança e ficam mais motivados para aprenderem quando a família se envolve e acompanha as tarefas e atividades. A família e a escola são referências base para a formação humana e acadêmica das crianças e dos jovens. Quando não estão em sintonia, há prejuízos", declara a coordenadora.
Essa também é a opinião de Fernanda Carvalho, mãe de Maria Luíza, 14 anos, aluna do 8º ano do ensino fundamental do colégio. Fernanda se considera muito ativa na vida escolar da filha e acredita que o fato de a estudante saber que a mãe estará presente em todos os momentos faz com que ela se sinta apoiada e emocionalmente segura. "Toda vez em que nos sentimos abraçados e acolhidos, rendemos mais", diz a decoradora de festas infantis.
Fernanda sente que tem um diálogo aberto com a escola, e defende que não há escola perfeita, mas a escola ideal para cada criança. "Antes de pensar em diálogo com a escola, temos que ter um diálogo e uma conexão com os nossos filhos. Precisamos conhecer nossos filhos para descobrir qual a melhor escola para eles. Caso contrário, a gente escolhe uma que alguém disse que é boa, mas, por vezes, não tem os mesmos valores que os nossos", sustenta.
Para a filha Maria Luíza, Fernanda conta que escolheu o colégio com base em um de seus valores mais importantes: a felicidade. "Eu quero uma escola que seja mais do que conteúdo, que proporcione felicidade, que deixe minha filha à vontade para descobrir suas próprias habilidades, que vão além do português e da matemática."
Convite à participação
"Uma das propostas que temos é o convite para visitação à exposição de atividades realizadas pelos estudantes; e a contribuição com palestras em assuntos específicos de pais formados em determinadas áreas, como um pai nutricionista contribuindo na aula de ciências; a presença das famílias na formação dos estudantes sobre temas como valorização da vida, dentre outros", aponta Daniela Dias.
De acordo com Fernanda, mãe da Maria Luíza, a escola é uma extensão da casa e já não cabe mais em uma estrutura de concreto. Para ela, passeios ciclísticos, piqueniques e atividades de lazer promovidas pela instituição também ensinam valores e conceitos, porém, de forma mais leve e divertida.