O ano letivo de 2022 está chegando ao fim e chegou a hora de matricular crianças e jovens na escola para o próximo período letivo. A escolha da instituição de ensino que receberá seu filho é uma decisão importante. Especialistas em educação destacam quais pontos mais significativos devem ser considerados.
Ana Elisa Dumont, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal (Sinepe-DF), explica que a proposta pedagógica e o credenciamento são os pontos cruciais na hora de escolher a escola, independentemente do nível escolar.
"É na proposta pedagógica que você vai saber se a escola se assemelha com os valores da família, se ela segue uma linha mais tradicional ou mais construtivista", explica a gestora educacional. Já o credenciamento, que pode ser conferido no site do próprio Sinepe (sinepe-df.org) ou da Secretaria de Educação (www.educacao.df.gov.br), é o que assegura que a escola está legalmente apta para ofertar o ensino. "É ele que garante que o estabelecimento de ensino tem os itens de segurança, higiene alimentar e outras condições estruturais básicas das escolas", esclarece Ana Elisa.
A presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave), Maria Helena Guimarães Castro, acrescente que o mais importante é estabelecer uma relação de diálogo forte com a escola. "Para isso, os pais precisam estar abertos a dialogar com a escola e as equipes das escolas também devem demonstrar grande interesse e compromisso em dialogar com os pais", pontua.
Opções diversas
A diretora da Maple Bear Brasília, Áurea Bartoli, avalia a escolha do colégio para os filhos como um desafio devido ao grande número de opções, com diferentes abordagens e metodologias. "Não há um só modelo de escola que se adéque para todos os estudantes, pois é preciso reconhecer quais são os anseios e as necessidades de cada um", afirma. Para ela, um dos pontos que devem ser julgados é se a escola leva em consideração a qualidade das relações, a inteligência emocional, a empatia e o cuidado com o outro.
É importante, ainda, na avaliação da diretora, a escola trabalhar o conceito de multiculturalismo. "Vemos as projeções de um mundo ainda muito globalizado, mas que reconhece a importância local, a valorização cultural e dos nossos patrimônios regionais, sendo assim, multicultural. É importante reconhecer e valorizar a nossa cultura, conhecendo e respeitando as demais, também", analisa.
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Fique de olho
Confira os pontos importantes a serem considerados na decisão:
Diálogo aberto
Os pais e a escola devem estar abertos a dialogarem entre si. "Esse diálogo permanente entre a equipe da escola e as famílias que estão chegando com as crianças é fundamental para o desenvolvimento de uma educação mais inclusiva, mais equitativa e, principalmente, de mais qualidade", explica Maria Helena Guimarães, da Abave.
Proposta curricular
Saber como a escola vai desenvolver o currículo, quais os materiais pedagógicos, se está usando ou não as tecnologias, que tipo de acesso os alunos terão às tecnologias, como se dá o aprendizado da língua estrangeira, e se vai trabalhar todos os componentes curriculares, reforça Maria Helena.
Credenciamento
Saber se a escola está cadastrada junto à Secretaria de Educação, se organiza e desenvolve o currículo, se segue a legislação brasileira e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além disso, perguntar se está olhando para as avaliações nacionais e internacionais e se os professores são bem formados.
Proposta pedagógica
Essa proposta reflete a identidade da escola, sua missão e seus valores. "Vale a pena considerar se os valores da escola estão alinhados com as expectativas da família", sugere Áurea Bartoli, do Maple Bear (leia mais na página 10).
Tecnologia e inteligência emocional
As novas tecnologias são grandes aliadas na educação, com o poder de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem, mas é necessário também ter a tecnologia além dos dispositivos e saber como a instituição trabalha a inteligência emocional, lidando com ansiedade, insegurança e dificuldade de concentração.
Segundo idioma
Muito se tem falado sobre a quebra da barreira da língua estrangeira, entendendo que, com tanta tecnologia, os estudantes têm acesso a múltiplas linguagens e línguas, avalia Áurea Bartoli. Por essa razão, a oferta de ensino de uma língua estrangeira deve ser considerada.