Superdotado

Brasileiro de 14 anos é mais inteligente que 99% da população mundial

Detentor de várias conquistas acadêmicas, Caio Temponi foi aceito no seleto grupo de sociedade de alto QI

Jáder Rezende
postado em 28/09/2022 16:59 / atualizado em 28/09/2022 20:37
Caio Temponi é o mais jovem brasileiro a ser aceito na Intertel, uma das sociedades de alto QI mais restritas do mundo -  (crédito: Arquivo pessoal)
Caio Temponi é o mais jovem brasileiro a ser aceito na Intertel, uma das sociedades de alto QI mais restritas do mundo - (crédito: Arquivo pessoal)

Aos 14 anos, o estudante Caio Temponi é o mais jovem brasileiro a ser aceito na Intertel, uma das sociedades de alto QI mais restritas do mundo. Natural de Três Rios (RJ), o garoto se notabilizou por ser também o mais novo no país a ser aprovado em quatro universidades e o único que quatro séries escolares, estando apto, agora, a ingressar em qualquer instituição de nível superior.

Superdotado, Caio ostenta, agora, a façanha reconhecida de ser mais inteligente que 99% da população mundial. “Fiquei muito feliz de ter sido aceito no Intertel, principalmente por se tratar de uma sociedade bem restrita. É uma satisfação muito grande fazer parte dessa equipe”, diz Caio, revelando que, no momento, seu sonho é fazer a prova do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e, obviamente, ser aprovado. “Ainda não decidi qual curso seguir. Quero primeiro fazer o  Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, quando terminar as provas, decidirei, junto com meus pais, qual profissão seguir.”

Para os pais, a dona de casa Laurismara, 41, e o aposentado Antônio Marcos, 47, o sucesso do filho se deve exclusivamente ao empenho e dedicação do menino aos estudos. “Ele fala a mesma língua das crianças, brinca, leva uma vida normal e é tratado por todas elas como um igual”, diz a mãe. “Sempre se dedicou muito aos estudos. Sempre falamos que quando tivéssemos um filho a prioridade seria investir nos estudos dele. Nossa preocupação é que ele faça o que mais gostar na vida e que seja sempre feliz”, completa o pai.

Laurismara conta que o processo para a admissão de Caio no seleto grupo da Intertel foi simples e rápido. Segundo ela, o filho já tinha o laudo de superdotado aos 7 anos, o que facilitou sua aceitação na sociedade de alto QI, inspirada na Mensa, considerada a maior, mais antiga e renomada associação de alto QI do mundo.

“Ficamos em dúvida entre as duas, mas acabamos optando pela Intertel por ser mais restrita. Na mensa, a exigência é de QI a partir de 98% e, na Intertel, 99%”, diz Lurismara, revelando que não houve necessidade de teste, apenas do laudo e, assim que encaminhou a documentação, a resposta positiva da Intertel veio em, menos de 10 minutos. “Agora, só falta chegar a carteirinha dos Estados Unidos.”
Com mais de meio século de existência, a Intertel reúne membros com alto QI de mais de 30 países e seu principal objetivo é estimular a comunhão intelectual, troca de ideias e incentivo a pesquisas sobre altas habilidades.

Laurismara acredita que o reconhecimento é fundamental para abrir muitas portas para o filho que, revela, ainda está indeciso sobre a carreira a seguir. “Uma hora ele fala em medicina, outra em direito. Anda pensando, mas sua maior paixão é ingressar no ITA. Esperamos que tome a decisão certa”, diz. "Certamente ele serve de inspiração para muitos estudantes brasileiros", comemora.

O fato de Caio ter avançado quatro séries e, consequentemente, ter concluído o ensino médio, o qualifica para ingressar em qualquer universidade sem a necessidade de acionar a Justiça. O estudante e a família são naturais de Três Rios (RJ), moraram em Juiz de Fora (MG), mas vivem no Ceará.

A capacidade de Caio memorizar e assimilar as coisas vem desde berço, segundo a mãe. Ela conta que, aos 3 anos, em apenas um dia, o menino decorou toda a tabuada e, hoje, sua rotina de estudos nunca é inferior a 10 horas por dia.

Caio ficou conhecido nacionalmente como o mais novo estudante a ser classificado em processo seletivo de medicina no Brasil. Aos 13 anos, foi aprovado na última edição do vestibular da Universidade de Fortaleza (Unifor), considerada uma das mais importantes instituições de ensino do Nordeste. Além disso, foi aprovado em primeiro lugar no curso de direito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), tornando-se o mais novo estudante no país a ser aprovado em uma universidade federal.

Também neste ano, conquistou medalha de ouro na 28ª Olimpíada Internacional de Matemática de Maio, na categoria até 13 anos. Concorrendo com estudantes de 12 países, foi o único brasileiro a conquistar tal façanha e, de quebra, alcançou a maior nota do exame, 44 pontos, contra 34 dos segundos colocados.

Caio já havia sido classificado em primeiro lugar no vestibular para Administração na Universidade Estadual do Ceará (UECE) e, no ano passado, também emplacou o primeiro lugar no exame da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Barbacena (MG), acertando todas as questões.

"Ainda bem que não é meu primo"

Caio Temponi e os primos
Caio Temponi e os primos (foto: Arquivo pessoal)

Questionado sobre o que acharia se fosse um dos primos e não o centro das atenções na família, Caio diz, sem pestanejar: “Iria amar, como meus primos amam.”

Segundo a mãe, a família é bastante tranquila em relação a essa questão. “Entre nós não há comparação, só elogios. Todos estendem o Caio e veem o esforço dele para alcançar suas metas. Acho que isso é muito importante para que haja um ambiente familiar saudável. Naturalmente, quando ocorre alguma conquista, minha irmã fala com os filhos de 3 anos e 7 anos para seguir os exemplos do Caio, como forma de estimulá-los. E isso, acredito, é bem saudável. O mais engraçado é uma sobrinha minha, de 30 anos, que posta todas as notícias do Caio em suas redes sociais”, conta.

A tal sobrinha, a empresária Mayara Martins de Oliveira Tomaz, 29, corrobora que Caio é muito tranquilo em relação a essas comparações. “Ele sabe que, se não lutar, as coisas boas não acontecem”, diz. “A gente trabalha muito isso com ele, pois sabemos que ele poderá também, eventualmente, não conseguir alguma coisa. Isso faz parte da vida. Quem dera se a vida viesse só de coisas boas né?” diz.

Também questionada sobre a “máxima” “ainda bem que não é meu primo”, Mayara responde: “Ser prima do Caio é um presente. Toda a família sente muito orgulho de suas conquistas. Quanto essa frase virou meme, eu, na pele da prima desse menino excepcional, achei muito engraçado. Mas isso não faz parte da nossa realidade, já que na nossa família o que impera é o apoio  mútuo. E todos nós vibramos muito com as realizações desse primo querido e amado. O que posso dizer, como parente e orgulhosa que sou, é: que sorte temos em ter esse gênio como primo!”, comemora.

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