Em publicação inédita, a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) divulgou, nesta terça-feira (30), o documento “Números da educação privada brasileira”, que reúne dados estatísticos sobre o setor educacional, desde números de alunos, instituições e profissionais que atuam na rede até dados sociodemográficos, como comportamento de consumo das famílias com filhos em escola particular e como se organiza a rede produtiva em torno das instituições de ensino, no período de 2012 a 2021.
Na primeira parte do documento são apresentadas as principais estatísticas demográficas e socioeconômicas da educação particular. O estudo destaca, entre outros dados, que o Brasil possui 5.236.331 de domicílios com estudantes de educação básica na rede particular. Nesses lares, a média de anos de estudo do chefe do domicílio é 13,2. Há, ainda, 6.663,861 domicílios com alunos do ensino superior e a média de anos de estudo do responsável pelo domicílio é 12,7.
Na segunda parte do trabalho, é apresentada a estrutura orçamentária das famílias que utilizam os serviços da rede particular de ensino no Brasil. Em geral, o investimento em educação representa 10,1% de todos os gastos das famílias brasileiras com filhos na educação básica, e 9% no ensino superior. O estudo mostra também que o maior percentual de matrículas pertence às classes C, D e E.
Já na terceira parte, são apresentados números da educação particular nos últimos 10 anos, como matrículas, estabelecimentos, docentes e técnicos administrativos. Conforme o estudo, em 2021, havia no Brasil 46.668.401 estudantes matriculados na educação básica. Desses, 8.136.345 estavam em instituições particulares, o que representa 17,4% do total. Já na educação superior, conforme o Censo de 2020, havia no Brasil 6.724.002 de estudantes matriculados (56% em cursos presenciais e 44% em EAD).
De acordo com o coordenador do projeto e diretor da Fenep, Eugênio Cunha, a publicação tem como objetivo entregar de forma transparente para a sociedade as informações sobre o setor do ensino privado. “É uma forma de darmos um retorno para àqueles que compram os serviços do ensino privado. Além disso, os dados também serão importantes para definir políticas públicas”, pontua. Já, para as instituições de ensino, Cunha acredita que o material auxiliará os gestores em seus planejamentos, de modo que possam tomar decisões mais assertivas. A ideia é atualizar a publicação a cada dois anos.
O documento foi apresentado durante o meeting para os gestores do ensino particular, na sede do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp). A Fenep surgiu há 30 anos, na busca de um processo de democratização do setor e para que os sindicatos estaduais pudessem ter uma representação nacional que debatesse e enfrentasse as dificuldades de um setor em expansão, extremamente regulado pelo estado brasileiro.