Motivo de orgulho para a equipe do Itaú Social, o Leia com uma criança completa 12 anos de atuação no país. Na última segunda-feira (8), o instituto iniciou a campanha com a distribuição gratuita de dois milhões de livros. Foram entregues cerca de 63 milhões de livros para crianças em todo o país.
Os livros distribuídos na edição de 2022 da iniciativa são De passinho em passinho: um livro para sonhar e dançar, do escritor Otávio Júnior, e A pescaria do curumim e outros poemas indígenas, de Tiago Hakiy, escritor descendente do povo Sateré Mawé. O tema escolhido foi pautado na literatura com narrativas que abordam a representatividade racial e indígena.
De acordo com a coordenadora de engajamento social e leitura do Itaú Social, Dianne Melo, além da temática proposta para cada edição pela instituição, o processo de seleção dos livros passa por uma triagem, na qual são avaliadas a qualidade textual, aspecto cultural e diversidade por especialistas em literatura infantil, educadores e bibliotecários.
Ela afirma que o objetivo atual do projeto é mobilizar a sociedade na temática do livro. “Um livro desperta muitos momentos de qualidade da criança com a família”, diz.
Melo defende a ideia da bibliodiversidade entre as crianças. “Depois de um ano pós-pandemia, sabemos a importância da literatura no processo de alfabetização. Muitos alunos dependem desses projetos para ter acesso democratizado à literatura e cultura”, afirma.
Acessibilidade é um dos lemas do projeto. Para que todas as crianças consigam fazer bom proveito do material, existem edições em formato multi acessível: braille, libras, audiobook com descrição de imagens.
Escritores e ilustradores podem enviar suas obras para a próxima edição do Leia com uma criança. Desde que sigam a temática proposta pela instituição: material de autoria latino-americano, dando ênfase para artistas da América Latina. O material precisa estar traduzido em português. “Vai ao encontro da ideia da criança ter uma diversidade de desenvolvimento integral”, conta Melo.
Melo diz que o projeto tem uma adesão entre os educadores, uma vez que os materiais são destinados exclusivamente para secretarias municipais de educação e organizações da sociedade civil (bibliotecas comunitárias, associações de bairro, entre outras). As instituições podem solicitar o kit, composto por dois livros, para cada criança atendida ou matriculada.
As solicitações podem ser feitas por instituições de todo o Brasil, porém serão priorizadas aquelas localizadas em municípios mais vulneráveis considerando parâmetros como grau de concentração de renda (Índice de Gini), Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), indicadores de pobreza e outros. É possível conferir mais informações e a lista de cidades prioritárias no regulamento.
O Projeto Integral de Vida (Pró-Vida) recebeu no ano passado 198 kits para seus estudantes. “A leitura é uma forma de engajar o círculo social da criança para ela conseguir ter uma qualidade de tempo com a família. Por meio da leitura eles conseguem conhecer outras vivências”, diz a diretora pedagógica do Pró-Vida, Luzimar Pinto.
A escola também criou o projeto literário A Joaninha que perdeu as pintinhas. Por meio dessa iniciativa, o aluno leva para casa uma mala de leitura. A cada semana ele leva a boneca Joaninha, um livros, um caderno para registrar a atividade em casa com a família e uma caixa de giz de cera. "A mala deste semestre terá uma joaninha no bolso da sacolinha.
"O projeto é lúdico, estimula o brincar, a imaginação, o desenvolvimento da linguagem e o apreço pela leitura. De acordo com a proposta, sempre enviamos material alternativo, para significar essa ação", comunica a escola.
A diretora critica a falta de uma cultura de leitura no Brasil que, segundo ela, podem ser apagadas com o resgate desse hábito seja nas escolas, nas contações de histórias, em casa pelos responsáveis, ou estimulados por projetos sociais.
*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá