O I Encontro do Ecossistema de Educação Empreendedora reúne, em Fortaleza (CE), entidades de fomento da educação e empreendedorismo, especialistas e profissionais de áreas correlatas ao ensino, com o propósito de debater a realidade da difusão da educação empreendedora no país.
Durante o primeiro webinário Educação Empreendedora e o Novo Ensino Médio, mediado pela jornalista e diretora do Porvir, Tatiana Klix, foram apresentados aspectos que provam a presença da temática na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, consequentemente, sua importância.
Klix discorreu sobre as competências empreendedoras, como criatividade, trabalho em equipe, liderança, planejamento, inovação e maturidade emocional. Ela afirma não ser possível ensinar empreendedorismo com aulas expositivas, seguindo o modelo tradicional de ensino. Segundo a diretora, é preciso que os professores tenham uma mentalidade empreendedora para conseguir utilizar a temática em todo processo pedagógico.
A dirigente da Porvir aponta a ligação entre as competências gerais da BNCC e o propósito da educação empreendedora. O Novo Ensino Médio é dividido em Formação Geral Básica (parte comum) e Itinerários Formativos (parte flexível), que oferece diversas aberturas para a evolução da educação empreendedora. Além disso, leva em consideração a experiência de vida e o território dos alunos, ao conectá-los ao currículo de ensino.
O empreendedorismo auxilia a transformar o estudante em protagonista, ou seja, ele assume o papel de agente de transformação na sociedade. Mas para tudo isso acontecer, segundo Klix, é imperativo o envolvimento de toda comunidade escolar (diretores, secretaria, professores, pais e alunos).
Ainda segundo Klix, é necessário haver uma reinvenção nas práticas pedagógicas. “As práticas pedagógicas não podem apenas seguir o modelo tradicional. Elas precisam promover autonomia e experimentação entre os jovens, além de incorporar a metodologia ativa”, afirma. Outro ponto importante destacado por ela é a mudança do olhar avaliativo, antes punitivo e fechado.
Resultados
A pesquisa inédita Educação empreendedora: percepção dos educadores, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Fundação Roberto Marinho, foi apresentada durante o evento.
De acordo com o diretor de avaliação e planejamento da Plano CDE, Rafael Camelo, o estudo priorizou a busca por respostas sobre o conhecimento de educação empreendedora entre professores de escolas públicas de todo o país. No total, 605 docentes foram entrevistados por meio de questionário estruturado.
Após a análise das respostas foram traçados três perfis atitudinais dos docentes. Dessa forma, foi detectado que há maior interesse na temática e com condições favoráveis na escola entre 46% dos entrevistados; interessados na temática e sem condições favoráveis na escola (20%), e menos interessados na temática e mais distantes do tema (35%).
A pesquisa revela ainda que o grupo de professores mais distantes tende a ter uma compreensão rasa da temática, enquanto a educação empreendedora é associada, muitas vezes, a noções genéricas sobre empreendedorismo e mercado de trabalho.
Ainda assim, Camelo avalia a falta de conhecimento como fator positivo, uma vez que os mesmo professores estão interessados em se aprofundar no tema. “Embora existam ideias rasas, há uma abertura para aprender por parte desses educadores. O professor reconhece que precisa fazer algo diferente para tornar as aulas mais atrativas”, afirma.
“O professor sozinho não consegue ir longe. A educação empreendedora precisa da participação da gestão para ser aplicada nas vivências escolares. Sem mobilização, não é possível aplicar efetivamente a temática na sala de aula”, complementa ele.
Durante a tarde, o Sebrae detalhará o papel da instituição em torno da temática, na palestra intitulada Atuação do Sebrae na Educação Empreendedora a ser ministrada pelo gerente da unidade de educação empreendedora do Sebrae Nacional, Jânio Macedo. Para finalizar as apresentações do dia, a dupla Antônio Neto, professor e consultor em educação, e Lucas Rocha, diretor de projetos da Fundação Lemann, comandarão o talk show on-line Diálogos e experiências da educação empreendedora nas escolas brasileiras.
Para acompanhar os chamados webinários – conferência virtual com intuito educacional –, os interessados podem acessar o portal de Educação Empreendedora do Sebrae e se inscrever gratuitamente. As palestras são transmitidas exclusivamente pela internet.
PROGRAMAÇÃO
1 de junho (quarta-feira)
- 9h às 9h20– Abertura e boas-vindas ao evento
- 10h às 10h40 – Palestra: Educação Empreendedora e o Novo Ensino Médio. Tatiana Klix (Porvir)
- 11h às 11h40 – Palestra: A percepção e a prática de docentes sobre a educação empreendedora no Brasil. Rafael Camelo (Plano CDE)
- 14h30 às 15h – Palestra: Atuação do Sebrae na Educação Empreendedora. Janio Macedo (Gerente da Unidade de Educação Empreendedora do Sebrae Nacional)
- 15h às 15h40 – Talk Show On-line: Diálogos e experiências da educação empreendedora nas escolas brasileiras. Antônio Neto (Consultor em Educação) e Lucas Rocha (Fundação Lemann)
- 15h40 às 16h40 – Oficina On-line 1: Os desafios da Educação Empreendedora. Mediador: Henrique Vedana
2 de junho (quinta-feira)
- 9h às 9h10 – Abertura
- 9h10 às 9h30 – Atividade de síntese do dia anterior
- 9h30 às 10h30 – Oficina 2: O Futuro da Educação Empreendedora. Mediador: Henrique Vedana
- 11h às 11h30 – Atividade de Próximos Passos
- 11h30 às 12h – Atividade de fechamento