O aumento de casos de infecção por covid-19 preocupa os sindicatos de escolas privadas e públicas do DF. Na próxima segunda-feira (30), o O Sindicato dos Professores em Estabelecimento Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF) e o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF) encaminham a todas as unidades de ensino um documento conjunto solicitando a informação do número de casos da doença, assim como o reforço de medidas de proteção. A ação será seguida pelo Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), que aponta a superlotação das salas de aula como fator agravante.
Nas últimas 24 horas, entre quinta-feira (26) e sexta (27), o DF registrou 1.450 casos de covid-19, com taxa de transmissão de 1,44%, o maior índice desde março deste ano. A taxa de transmissão indica que um grupo de 100 pessoas pode infectar outras 144. Quando está acima de 1%, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que a pandemia está avançando.
Além disso, levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abafarma) mostra que os resultados positivos de testes para covid-19 feitos em farmácias, na primeira quinzena de maio de 2022, aumentaram 54% em relação ao total registrado em abril. No DF, a parcela de diagnósticos saltou de 4,87% para 12,04% no intervalo.
Precipitação
O vice-presidente do Sinproep, Trajano Jardim, informou que o documento conjunto a ser encaminhado a todas as escolas, detalhando as ações a serem implementadas, está sendo elaborado desde o início desta semana, mas ponderou que as empresas terão autonomia para acatá-lo ou não.
Segundo ele, pelo menos três escolas já suspenderam turmas e voltaram a exigir o uso de máscaras nas salas de aula. Para o Sinproep, o Governo do DF se precipitou ao decretar a liberação de máscaras nas escolas.
Sofremos muita pressão de donos de escolas e também de professores para abolir o uso das máscaras, mas nossa recomendação é usar o bom senso. Comprovadamente, a pandemia não acabou. É necessário que pelo menos as máscaras sejam usadas em salas de aula e ambientes fechados”, afirma.
Superlotação
A diretora do Sinpro-DF, Letícia Montandon, lembra que, desde o retorno das aulas presenciais as medidas de prevenção foram flexibilizadas sem critério, principalmente com relação ao crescente número de alunos em salas de aula. “Vivenciamos um retrocesso de 15 anos na estratégia de matrículas e, consequentemente, turmas cada vez mais superlotadas. Não há cenário de construção de escolas. A qualidade da educação tem relação direta com a capacidade das turmas”, afirma.
As secretarias de Educação e de Saúde do GDF informaram que não há planos para conter o avanço da covid-19 nas escolas da rede pública.