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Brasiliense disputa Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas

Gabriella Santana será uma das quatro estudantes selecionadas para a competição internacional e marca presença pela segunda vez no torneio

A Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas (EGMO), contará com presença brasileira pela sexta vez consecutiva. A delegação brasileira terá como uma das participantes a estudante brasiliense Gabriella Santana Morgado,17 anos, que disputa o torneio pela segunda vez, sendo a primeira a edição de 2021, realizada virtualmente na cidade de Kutaisi, na Geórgia, onde faturou uma medalha de bronze.

Além dela, fazem parte da equipe as cearenses Cecília Mileskide Paula (17) e Endy Lumy Okamura Miyashita (15), e a goiana Larissa Lemos de Afonso (17). As brasileiras foram selecionadas por conta de seu histórico de participações na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e na Olimpíada Brasileira de Matemática para Escolas Públicas e Privadas (OBMEP). Às vésperas da competição, as alunas fizeram um curso intensivo preparatório da OBM com o objetivo de revisão dos temas que costumam cair nas provas.

Mesmo sendo realizada na Europa, a competição reúne estudantes de ensino médio de diversos países ao redor do mundo em delegações contendo quatro garotas. A edição deste ano será realizada na cidade de Eger, na Hungria, e começa na próxima quarta-feira (6), e contando com a presença de 56 países e superando a edição anterior, com o maior número de delegações participantes na história do torneio. Ela será realizada em modelo híbrido, possibilitando as delegações para escolher se vão ou não ao torneio no país europeu. No caso da delegação brasileira, esta optou por fazer as provas virtualmente. Além do Brasil, outros três países latinos participarão da EGMO 2022: Bolívia, Costa Rica e Equador.

A competição tem o objetivo de incentivar a participação feminina mundial na matemática. Segundo um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 35% dos estudantes de cursos das áreas de ciências exatas e tecnologia são mulheres. Por isso, a competição acaba não sendo só um simples torneio, mas também um palco para revelar talentos femininos na matemática e um espaço para que elas possam inspirar outras garotas.

Expectativas

Gabriella, Cecília e Endy estudam no mesmo colégio, o Farias Brito, em Fortaleza (CE). A brasiliense demonstra estar muito contente com a seleção, e já não se abala tanto com o nervosismo. Além do bronze, ela obteve a 65ª colocação geral, e mesmo buscando um desempenho ainda melhor este ano, quer aproveitar a oportunidade que está tendo para apoiar suas colegas. “Existe a pressão para que eu me saia melhor este ano, e eu vou buscar, mas estou satisfeita com o que vier”, disse. Sua experiência também pôde ajudar suas companheiras durante a preparação para a olimpíada, e conseguiu também trazer mais confiança: “Vejo que a gente tem nível para conseguir se sair bem nas provas”.

Para elas, mesmo com o nervosismo, é uma felicidade imensa poder representar o país na olimpíada. “Era algo que eu queria muito participar, quando eu descobri a EGMO, eu vi que era lá onde eu queria estar”, disse Cecília. Endy também não conseguiu esconder sua euforia: “Quando eu recebi a notícia, foi um dos dias mais felizes da minha vida”.

As garotas também reforçam o fato de que a competição é um espaço para dar visibilidade às mulheres na área da matemática, algo importante e necessário para a sociedade atual. “Eu me sinto mais representada e até mais segura, sinto que já não faço mais parte de uma minoria”, conta Cecília. Endy percebeu também que, graças ao incentivo do colégio e sua preparação, mais meninas começaram a se interessar pela matemática.

A alegria não está só pelo fato de que elas entrarão para a história como a sexta equipe brasileira na EGMO, mas também porque elas poderão ser uma inspiração para outras jovens garotas brasileiras a se interessarem pela matemática. “Eu tenho minhas inspirações, gente que eu admiro, e é muito legal saber que posso me tornar uma dessas pessoas para alguém”, declara Endy.

Desempenho

Cecília, Endy, Gabriella e Larissa entram na competição buscando o mesmo feito que o Brasil teve na edição de 2019, em Kiev. Foi nela onde o país ganhou seu primeiro ouro, por meio da gaúcha Mariana Bigolin Groff, que também teve a 14ª colocação geral, sendo o melhor desempenho brasileiro na história da competição.

Além dessa, o Brasil já ganhou também outras 15 medalhas, sendo 4 de prata e 11 de bronze. Três dessas últimas foram conquistadas na edição passada; o que deixou o país na 23ª colocação geral entre os 55 participantes.

Confira o desempenho do Brasil em suas 5 passagens na competição:

border="0" Ano Ouro  Prata Bronze Menção Honrosa 2021 0 0 3 0 2020 0 2 2 0 2019 1 0 2 0 2018 0 2 2 0 2017 0 0 2 1

 

Estagiário sob