O haitiano Reginald Elysse, pai de uma menina de 4 anos, afirma que a filha foi vítima de racismo e agressão física na escola Sesc Educação Infantil,em Curitiba (PR). Segundo ele, a criança foi agredida por um colega da mesma idade, com uma cuspida no rosto, chamada de “cocô”, e teve o punho quebrado, sem que a escola adotasse providência alguma. Por meio de nota, a unidade de ensino nega as acusações e afirma que não compactua com qualquer ato de racismo ou violência.
Imigrantes haitianos e há dez anos no Brasil, os pais da menina relataram que as agressões ocorreram em apenas dois meses de aulas, os primeiros da vida letiva dela. Segundo a mãe, Frandeline Belotte, na primeira semana, quando o menino chamou a filha de cocô, ficou decidido que a criança permaneceria na escola. “Conversamos com ela, dissemos que aquilo ia passar”, disse. Contudo, na semana seguinte, ainda segundo ela, o mesmo garoto a quebrou o punho da filha.
Denúncia
Os pais protocolaram denúncia no Ministério Público e também acionaram o Conselho Tutelar. Agora, aguardam a liberação do laudo médico da lesão para registrarem boletim de ocorrência. Depois da agressão física, eles abriram mão da bolsa de estudo da criança e decidiram matricular a filha em uma escola pública. “É de cortar o coração. Minha filha não quer ir para a escola”, lamenta o pai.
Por meio de nota, a escola afirma que “nunca houve nenhum ato de preconceito ou discriminação dentro da escola e que é contrária à intolerância”. A unidade de ensino informou que assumirá o compromisso de apurar situações de preconceito, discriminação e assédio e que adotou internamente diversas medidas para averiguação da veracidade dos fatos.