As brasilienses Alice Watson, Larissa Ushizima e Renata Malheiros Henriques são semifinalistas do prêmio Led - Luz na Educação, que tem como objetivo destacar práticas desenvolvidas nas escolas ou fora delas. Os projetos podem ter relação com a educação básica, educação profissional e técnica e educação não formal.
Alice inscreveu seu projeto na categoria educação profissional e técnica. Professora do Instituto Federal de Brasília (IFB), ela conta que seu projeto, denominado Transição, tem por objetivo a integração entre as áreas do conhecimento e o aprender por projetos e pesquisas a partir de oficinas escolhidas pelo aluno de acordo com o seu interesse.
Do projeto IFB em Transição uma das oficinas de maior sucesso foi a de “Ciências forenses”, quando os professores de química, biologia e física se reuniram para abordar os temas criminologia, medicina legal, genética, toxicologia, balística, entre outros, para ensinar os alunos a desvendar crimes e encontrar provas. A parte técnica do Curso de Eventos também passou a atuar de forma integrada. Os professores, em duplas, oferecem oficinas de eventos Sociais, culturais, corporativos, esportivos e técnico-científicos e, realizam projetos de eventos reais ao longo de um semestre. “O IFB fez uma grande revolução na minha vida, até entrar nessa escola não tinha vontade de estudar e lá descobri que aprender pode ser interessante, lá o aprendizado é leve e dinâmico”, explica Iacy Mesquita, atriz e ex-aluna do curso.
A prioridade do projeto é sempre ouvir o que os alunos querem aprender durante o semestre ou bimestres, uma assembleia estudantil vota temas e os professores de diversas matérias se organizam para oferecer oficinas multidisciplinares em dois dias não seriados, onde os estudantes são agrupados por interesse em oficinas e tutoria, quando a aprendizagem do grupo de 15 anos é acompanhado de perto por um tutor.
“O nosso projeto busca uma mudança estrutural, abandonar o instrucionismo para adotar o paradigma da aprendizagem, do aprender por meio das relações, no seu ritmo e a partir do seu interesse e, assim, desenvolver autonomia para transformar a realidade”, reforça Alice Watson, professora do curso que fez a inscrição do projeto na premiação.
O processo ainda segue adiante até junho de 2022. As finalistas passam agora por uma nova auditoria focada em qualidade, independência, transparência e metodologia avançada. E a escolha final caberá a um Comitê de Seleção, composto por um júri com notório conhecimento e participação ativa no campo da educação.
Outras finalistas
Outro projeto contemplado na listagem foi o Alumna, que foi criada em 2020 por duas ex-alunas da Universidade de Brasília, Larissa Ushizima e Renata Malheiros Henriques, que se inspiraram nas redes de apoio profissional com as quais contaram durante a carreira, principalmente quando fizeram mestrado no exterior.
“Somos ex-alunas da Universidade de Brasília (UnB) e criamos a Alumna como um forma de retorno social. Em menos de um ano, nos enche de orgulho ver como o programa cresceu, ganhou alcance nacional e visibilidade. Já impactamos mais de 500 participantes e nossa meta é impactar a carreira de 10 mil universitárias até 2025. Por isso, o prêmio é tão importante nesse momento da nossa jornada” conta Larissa Ushizima, Cofundadora e CEO da Alumna.
O programa, que é gratuito e 100% virtual, seleciona universitárias de todo o país para encontros mensais de desenvolvimento de carreira com lideranças femininas. A conexão com profissionais experientes visa à troca de aprendizados e ao desenvolvimento profissional das universitárias de forma acolhedora.
"Estar entre as semifinalistas tem gostinho de vitória. Há menos de um ano decidi colocar toda a minha energia e brilho no olho na Alumna. Me licenciei do trabalho para me dedicar integralmente a uma causa, conectar lideranças a jovens universitárias e apoiar a inserção profissional de talentos de perfis diversos", diz Larissa.
A Alumna nasceu como um projeto voluntário e em pouco mais de um ano, mentorou mais de 250 estudantes de todo o Brasil, sendo que 60% das universitárias são primeira geração da família na universidade, 50% são pretas ou pardas, 65% estudou o ensino médio em escola pública.
"Estar entre as semifinalistas tem gostinho de vitória, há menos de um ano decidi colocar toda a minha energia e brilho no olho na Alumna. Me licenciei do governo para me dedicar integralmente a uma causa, conectar lideranças a jovens universitárias e apoiar a inserção profissional de talentos de perfil diverso." postou Larissa Ushizima sobre a emoção do prêmio
A listagem dos finalistas traz os nomes das 15 iniciativas que avançaram no prêmio instituído pela Fundação Roberto Marinho, após uma disputa que começou com mais de 3,4 mil inscritos. Os seis vencedores (dois de cada categoria) serão anunciados em junho. Cada iniciativa vencedora será contemplada com um prêmio no valor de R$ 200 mil.
Para chegar a final, os trabalhos, os inscritos passaram por testes que avaliaram os critérios de elegibilidade. Os finalistas passaram por etapas que incluíram consultoria especializada em seleção e avaliação de projetos socioambientais.