O diretor de estatísticas educacionais do Instituto Nacional de Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), Carlos Moreno, informou em live sobre o Censo Escolar 2021, apresentado nesta segunda-feira (31), que o número de matrículas no ensino médio e nos anos finais do ensino fundamental apresentaram crescimento tanto na rede pública, quanto particular, em 2020 e 2021.
Educação infantil
Um dos dados apresentados pelo especialista foi o de crescimento no aumento da matrícula de creches na rede pública e diminuição na rede particular. Moreno afirma que são 70 mil creches em funcionamento no Brasil. O número de matrículas na educação infantil manteve a tendência de queda. Apesar do crescimento até 2019, o índice de crianças matriculadas em creches caiu 9% entre 2019 e 2021.
A respeito da pré-escola, do total, apenas 18,3% dos alunos frequentam instituições particulares. No entanto, 146 mil crianças estão na rede particular, mas em locais conveniados com o poder público.
Ensino fundamental
Os municípios são os principais responsáveis pela oferta dos primeiros anos do ensino fundamental. São 10,1 milhões de alunos, o que corresponde a 84,8% dos alunos da rede pública. Nos anos iniciais, 18% dos estudantes fazem parte de escolas particulares.
Sobre os anos finais do ensino fundamental, no entanto, o que chama a atenção são os números de matrículas que cresceram em 2020 e 2021. A rede municipal atende a 5,3 milhões de alunos. Escolas particulares, porém, reúnem 15% das matrículas. Ao todo, 12 milhões de estudantes cursam os anos finais do ensino fundamental no Brasil.
Ensino médio
Mais de 500 estudantes estão matriculados em 44% das escolas de ensino médio do Brasil, e a escola pública de ensino médio é predominantemente estadual.
Carlos Moreno destaca que, apesar do período pandêmico, as matrículas em escolas de tempo integral de ensino médio continuam constantes. Em 2020 e 2021, diferentemente de 2017, 2018 e 2019, o ritmo cresceu.
Jovens e Adultos e Educação Especial
A mesma estatística serve para o Ensino de Jovens e Adultos, no qual também houve estabilidade em 2020 e 2021 no número de matriculados. Segundo dados, 72% das matrículas são de responsabilidade dos municípios.
Na rede pública, há mais de 800 mil estudantes com deficiência intelectual. E tanto no EJA, quanto para a educação especial houve relativa estabilidade no número de matrícuas.
Educação profissional
O número de estudantes matriculados na educação profissional também apresentou uma queda pequena. Em 2020, foram registrados 1.936.094 alunos. No ano de 2021, foram 1.892.458 matrículas. As matrículas da educação profissional estão principalmente concentradas na rede estadual.
Acesso à internet
Sobre acesso à internet, os dados compartilhados são de que 76% das escolas estaduais têm internet banda larga, e desses 76%, 74% utilizam essa ferramenta para ensino e aprendizagem. “É sobre ter internet e utilizá-la para o ensino e aprendizagem”, esclarece.
Nas escolas federais, Moreno afirma que “praticamente todas” têm banda larga. Para os municípios, no entanto, a proporção diminui. Somente 39,8% das escolas utilizam banda larga no ensino e aprendizagem.
A rede particular não fica muito acima. Seu percentual se encontra entre as escolas federais e estaduais, não se igualando nem a uma nem a outra. Conselhos escolares, por sua vez, quase não estão presentes em instituições particulares, mas são frequentes na rede pública.
Nas 178,4 mil escolas públicas, 80,7% dos diretores são do sexo feminino e 89,5% têm formação em ensino superior.
Segundo Moreno, o trabalho da instituição é fornecer subsídios para a formação de políticas nacionais de educação. Os dados apresentados também são importantes para o monitoramento dessas propostas.
O Inep ainda informa que a partir desta terça-feira (1º), será realizado outro estudo para coletar dados a respeito do rendimento dos estudantes, quantos foram aprovados e reprovados, transferidos, deixaram de frequentar a escola, ou faleceram.