Com a volta gradativa dos alunos ao modelo presencial e híbrido, não há como ignorar as transformações causadas pelo ensino remoto, e nesse sentido é possível trazer os aprendizados desse período para uma nova forma de ensino nas instituições. Para entender melhor o cenário e o que esperar para 2022, a Turnitin, empresa global de tecnologia educacional presente em mais de 15 mil instituições, aponta as principais mudanças no setor educacional que poderão ser incorporadas no próximo ano.
Uma das principais tendências será a melhoria desses modelos de ensino, no sentido de se adequarem mais às necessidades dos alunos tanto na forma de ensinar e aprender quanto ao avaliarem os estudantes. Novas formas de feedback deverão ser aplicadas bem como a relação entre professores, instituições, estudantes e a tecnologia.
Para o gerente de marketing da Turnitin, Leonardo Ferreira, o educador tem um papel importante ao orientar o estudante ao longo do processo de aprendizagem nesse novo contexto. “O uso da tecnologia não é mais uma novidade, mas a forma como educadores e alunos usam e se engajam com ela, que é o ponto chave. Ao entender essa nova realidade, os educadores conseguem otimizar seus processos e utilizar as ferramentas disponíveis para melhorar o desempenho do aluno. E a nova dinâmica em sala de aula é possível por meio da tutoria aliada a esse suporte tecnológico que transforma a experiência do ensino, possibilitando que escolas e universidades trabalhem de maneira cada vez mais formativa”.
Nova dinâmica em sala de aula
Nos últimos dois anos o mundo passou por grandes mudanças por conta da pandemia de Covid-19 e o setor de ensino foi um dos mais afetados. Instituições do mundo inteiro passaram a enfrentar desafios e, se ainda existia uma resistência, seja por parte dos alunos ou professores, ao ensino a distância (EaD), de uma hora para outra todos tiveram que se adaptar a esse novo contexto.
A dinâmica na sala de aula vai continuar se aprimorando nesses modelos. “No começo da pandemia tínhamos professores replicando a aula presencial mas em um ambiente on-line. Agora, os docentes adquiriram mais prática nessas modalidades e poderão incluir propostas de sala de aula invertida, por exemplo, com o professor dedicando mais tempo para mentoria, apresentando estudos de caso e realizando atividades entre pares”, explica Leonardo.
Por outro lado, ter parte da turma assistindo a aula remotamente e parte presencialmente, como é o caso do ensino híbrido, também traz desafios específicos. Manter a motivação tanto de quem está na sala de aula quanto de quem está em casa é uma das tarefas mais difíceis para educadores. Pensar nessa dinâmica é fundamental para que haja um bom aproveitamento de ambas as partes.
Novo formato de avaliações
Outro desafio no ambiente remoto é a avaliação dos alunos, etapa fundamental do processo de aprendizagem. Não se trata apenas de uma nota, mas é a maneira que o educador tem como saber se o aluno está ou não absorvendo os conceitos durante as aulas. No ambiente on-line as avaliações tornaram-se um desafio e instituições e docentes precisaram encontrar novas maneiras tanto de aplicar provas e outros tipos de avaliações, quanto de verificar se o método estava realmente funcionando para o desenvolvimento do aluno. Ferreira esclarece que “As avaliações provavelmente seguirão de forma mais frequente, permitindo um maior acompanhamento do progresso dos alunos e transformando as tarefas em momentos de aprendizagem”.
O aluno precisa estar ciente do seu processo de aprendizagem e é fundamental que haja um feedback por parte do educador, para que o aluno enxergue o processo avaliativo como uma oportunidade de aprendizagem. “Hoje, existem ferramentas que auxiliam na avaliação do sucesso do aluno, o que permite acompanhar e analisar melhor o progresso do estudante. O uso da tecnologia nesse processo otimiza o tempo do professor, que pode se dedicar mais a conversar com o aluno e entender possíveis dificuldades que ele possa ter”, aponta Leonardo.
Relação entre professores e instituições
É inegável que a IA (Inteligência Artificial) estará cada vez mais presente no ensino. A tecnologia tem auxiliado cada vez mais os educadores a orientar melhor os alunos, diminuir o tempo em correções e permitir enxergar padrões de comportamento em sala de aula. Ao mesmo tempo oferecem uma visão do desempenho de cada aluno, o que é muito importante para mantê-los motivados e trabalhar melhorias no ensino em cada curso.
“Softwares que identificam similaridades em textos e auxiliam no feedback, ajudam a orientar os alunos e estão sendo cada vez mais adotadas pelas instituições para contribuir no ensino de uma maneira mais educativa, conscientizando o estudante e dando o suporte necessário para que ele desenvolva o seu próprio pensamento original”, finaliza Ferreira.
Por todos esses aspectos, o ensino passa por uma transformação histórica, contando com a tecnologia e novas metodologias de ensino que surgem em resposta à educação tradicional, adaptando-se às necessidades e características particulares dos alunos, buscando atrair o interesse dos estudantes e desenvolvê-los em novas competências.