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Educação Inclusiva

Escola pública do Gama adota cadela para o projeto de cinoterapia

O animal faz parte do projeto Terapia Facilitada por Cães (TFC), que a escola começa a promover com alunos, principalmente entre os que estão dentro do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

O Centro Educacional 8 do Gama (CED 08) adotou Nina, uma Golden Retriever de quatro meses de idade, como ‘funcionáuria’ para atuar na Terapia Facilitada por Cães (TFC). Trata-se de um projeto de cinoterapia, que a escola começa a fomentar entre os alunos, principalmente entre os que estão dentro do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

O projeto começou há pouco tempo, mas a aceitação por parte da comunidade escolar se mostra positiva. A iniciativa foi da gestora do CED 08, Eufrázia de Souza Rosa, que adquiriu Nina para efetuar a intervenção assistida por animais no ambiente educacional. No fim do dia, a cadelinha vai junto com Eufrázia para casa. “É guarda compartilhada!”, conta a gestora.

A psicóloga Camila Valle afirma que os benefícios oferecidos pelos animaizinhos de estimação ou pelo contato com eles, não se restringe apenas aos cães e, muitas vezes, essa afinidade acontece, principalmente, por conta da comunicação. “Com os animais não há essa pressão social. Então, é muito mais fácil interagir pois trata-se de uma questão muito sensorial”, explica.

Na escola, os estudantes do ensino fundamental II e ensino médio interagem com Nina, que os auxilia no combate à ansiedade, estresse e depressão. Com os alunos que estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a cadela atua estimulando e desenvolvendo capacidades e habilidades com muita diversão e leveza.

“São notórios os benefícios que um cão pode proporcionar ao ser humano”, relata Eufrázia, que já promoveu Nina a interventora para mediação de aprendizagem. “É importante destacar que o ensino inclusivo é aquele que obtém êxito no processo ensino-aprendizagem”, finaliza a gestora.

Camila Valle cita como um outro benefício grande, o sensorial porque eles não controlam o volume do latido, do rugido e eles têm texturas diferentes de pelo, tem cheiros fortes e pulam nas pessoas sem que elas queiram. “Lidar com isso muitas vezes é mais fácil do que lidar com uma pessoa, com uma outra criança ou com um outro adolescente ou adulto. É um treino de habilidades de uma maneira mais afetuosa, menos ansiogênica, o que pode ser um dos principais benefícios de se ter um pet numa escola ou em casa”, reitera a psicóloga.

É importante destacar que não é qualquer pet. De acordo com a psicóloga, eles precisam ser de características mais dóceis, aceitar um grito em momentos de crise que a pessoa tenha ou um toque mais agressivo, por exemplo, sem devolver essa agressividade para a pessoa. Caso contrário, pode ser um impeditivo na criação de vínculo.

Cinoterapia

A TFC, ou cinoterapia, é um método que utiliza o potencial dos cães de desenvolverem capacidades e habilidades por meio de diversão e leveza em atendimentos. No método, os bichinhos são preparados para estimular e facilitar o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional dos participantes.