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Escolas de BH passam a ter turmas com ocupação de 100% de alunos

Novas determinações, que valem a partir desta segunda-feira (18), permitem ocupação dos alunos presencialmente sem distanciamento; retorno presencial ainda não é obrigatório

Começa a valer nesta segunda-feira (18/10) o novo protocolo de funcionamento para as instituições da rede de ensino de Belo Horizonte. A partir de agora, as salas poderão ser ocupadas com 100% dos alunos e o distanciamento, antes estabelecido em 1 metro, não será mais necessário.
O avanço na redução das restrições é possível graças à diminuição dos indicadores de transmissão COVID-19 na capital. Segundo dados da Prefeitura de BH, o número médio por infectado (RT) se encontra em 0,89, ou seja, cada 100 infectados transmitem a doença para outros 89.
As novas determinações foram divulgadas em 6 de outubro, no Diário Oficial do Município (DOM), mas só começaram a ser adotadas nesta segunda. Agora, as turmas podem ter sua ocupação de 100%, porém, ainda em esquema de bolhas. O distanciamento será por turmas, onde os alunos de turmas distintas não irão interagir.
Entre algumas permissões autorizadas a partir deste novo protocolo, estão incluídos: uso de ar-condicionado com padronização de regras; permissão para uso da sala de professores, respeitando as regras de distanciamento de 1 metro entre as pessoas; permissão para a realização de eventos escolares, respeitando as regras estabelecidas em protocolos para eventos semelhantes.
Além disso, foram revisadas algumas determinações, não existindo mais obrigatoriedade de quarentena para os livros devolvidos à biblioteca. Anteriormente, era exigido um período mínimo até que um livro devolvido pudesse ser emprestado novamente a outro aluno.
Também foi extinta a obrigatoriedade de horário fixo por turma para uso do banheiro. A escovação de dentes também é permitida a partir de agora. E, por fim, liberação dos parquinhos, antes restrita às crianças de 3 a 8, para todas as idades, e retirada das regras que proibiam as atividades desportivas de contato.
Apesar das novas decisões, o uso de máscara para aqueles que comparecerem às escolas segue obrigatório. Já quanto à presença dos alunos na escola ainda não é uma obrigatoriedade determinada, e para os pais e alunos que não se sentirem seguros, o ensino remoto continuará acontecendo normalmente.

Retorno gradual
Hele Valadão, diretor da Escola Municipal Dom Jaime, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte, conta que a unidade de ensino se preparou para receber 100% dos alunos.
“Tivemos mais alunos, mas não sei dizer em quanto aumentou. Esse contato é pessoal, as famílias querem saber qual o horário, sobre o protocolo. É uma construção nova. Para as crianças estarem aqui e retornarem (à escola), elas têm que ser autorizadas pelas famílias, que assinam um termo de responsabilidade.”
Segundo o diretor, as crianças que retornaram, nesta segunda-feira, estão levando para casa um formulário para se adequarem ao protocolo.
“Hoje, as crianças ainda não podem trazer mochila. O material fica nas salas e é ofertado, não tem troca de material. Existe um protocolo para a merenda e ainda não são permitidas aulas de educação física, a sala de informática ainda não funciona.”
Antes da pandemia, as escolas municipais funcionavam em regime integral e o retorno está sendo gradual. “A criança que antes ficava aqui o dia inteiro, hoje tem uma jornada limitada a três horas de sala de aula. Foram várias mudanças.”

Valadão afirma que apesar do novo protocolo, ainda vai levar um tempo para o retorno de todos os alunos. Até semana passada, as salas funcionavam com limite máximo de 16 crianças por sala e agora podem ser 30. “Fica a critério da família o retorno, a escola tem que garantir para as famílias que assim o desejarem. Se elas não se sentirem à vontade, essas crianças continuam tendo atendimento remoto. Aqueles que não têm acesso ao ensino remoto, têm a garantia do recebimento das apostilas.”
O diretor lembra também que as escolas não estavam funcionando na semana passada, apenas o setor administrativo, em função do feriado e do Dia dos Professores. “Coincidiu com o retorno dos profissionais. As reuniões, para definição de algumas questões, vão começar a partir de hoje, que os profissionais voltaram.”
Outro fator que pode atrapalhar o retorno de 100% dos alunos é a proximidade do fim do ano letivo, segundo Valadão. “Essas mudanças são para os próximos dois meses. Já é uma prévia para o ano que vem.”
Crédito: Estado de Minas