Servidores de escola pública do Distrito Federal realizam mensalmente doações de cestas básicas para famílias de alunos que vivem em situação de extrema pobreza. A diretora do colégio recebe doações de cestas ou o valor referente ao produto para comprar e distribuir desde o início do período pandêmico.
Devido à pandemia de covid-19, decretada em Brasília em março de 2020, muitas famílias perderam empregos e rendas principais. Segundo dados do Cadastro Único do Distrito Federal, mais de 93 mil famílias vivem hoje abaixo da linha de pobreza no DF. Isso significa que vivem com menos de R$89 por mês.
Com o agravamento da crise sanitária, houve fechamento de escolas e muitas crianças perderam a única fonte de alimento que tinham. Muitas famílias vivem de doações de cestas básicas. Em Planaltina (DF), a diretora da Escola Classe Núcleo Rural Córrego do Atoleiro, Magda Bernardes, iniciou o movimento de doação de cestas básicas para famílias de estudantes que estão em vulnerabilidade.
“Quando saiu o decreto do governo no ano passado, em março, a respeito da suspensão das atividades, eu fiquei muito preocupada porque muitas crianças têm só a escola como referência em vários aspectos, inclusive alimentar. Porque na nossa escola, a gente serve café da manhã e almoço todo dia para todos os alunos”, diz a diretora.
Com 172 estudantes e muitos deles em situação de pobreza, Magda Bernardes conta da preocupação com aqueles que não tinham outra fonte de alimentação, senão a escola. “Eu propus aos servidores e professores da escola que doássemos pelo menos para aqueles que a gente sabe que raramente tem o que comer e aí eles toparam e, desde abril de 2020, nós começamos esse projeto. Começamos doando 20 cestas e no mês passado doamos mais de 60”, conclui.
Neste mês de outubro, a equipe realizará a 18ª doação de cestas básicas desde que o projeto começou. As doações são solicitadas pelas próprias famílias, por meio dos professores ou da direção. A diretora explica que há famílias que necessitam de doação apenas por um período de 2 ou 3 meses e têm famílias que com doação permanente. A diretora também explica que houve casos de desnutrição e que as doações continuam mesmo com a volta das aulas em modelo híbrido.
Qualquer pessoa pode fazer a doação, em contato com o número (61) 9 8416-9249, ou indo pessoalmente ao local. Doações em dinheiro também são aceitas.
*Sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo