Nesta quinta-feira (5), o retorno das aulas presenciais na rede de ensino público do Distrito Federal será para os estudantes da educação infantil. A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, fará uma visita na abertura do turno matutino do Centro de Educação Infantil nº 1, no Paranoá. Mas como as 686 escolas se prepararam para receber os 452 mil alunos e 40 mil professores, dentro dos protocolos sanitários?
Segundo a Secretaria de Estado de Educação, todas as unidades de ensino público passaram por algum tipo de melhoria, seja na pintura, reforma de quadras de esporte e pátios, conserto no telhado, janelas ou até mesmo uma reconstrução geral. A equipe do Correio Braziliense conferiu em algumas unidades de ensino do Plano Piloto,Taguatinga e Brazlândia.
O exemplo que vem de Taguatinga
A diretora da Escola Classe 39 de Taguatinga Karine Silva Pereira Rodrigues garante que, para o retorno, a escola foi totalmente reformada. Foi criada uma área de convivência, com a presença de canteiros de horta, para melhorar a jardinagem. Houve ainda a instalação de internet em todas as salas de aula.
Com relação à expectativa ao retorno presencial, a diretora confessa que ao mesmo tempo que estão felizes, têm uma preocupação com a segurança e em como irá acontecer o sistema de rodízio. No entato, ela afirma que está tudo organizado para o retorno.
“Só saberemos que tudo vai dar certo quando os alunos retornarem. É importante ressaltar a preocupação por parte da equipe gestora em acolher bem a todos, sempre fez parte do nosso trabalho. Por isso preparamos todos os espaços com muito carinho e atenção. Acreditamos que o fato de a nossa gestão se preocupar com os aspectos socioemocionais se reflete nos resultados das avaliações externas. Procuramos sempre valorizar nossos profissionais e também os alunos, queremos que a nossa comunidade escolar se sinta bem acolhida. Sempre defendemos a escola pública de excelência”, afirma.
Segundo Karine, a pandemia se apresentou como um momento desafiador: “Tivemos que nos reinventar e aprender a dar aula no ensino remoto. Nós tínhamos além dos encontros no Google Meets, que ocorriam três vezes por semana, os atendimentos individualizados para os alunos com dificuldades de aprendizagem”, relata.
O período remoto também contou com a disponibilização de vídeos, formulários, jogos, músicas e também as atividades impressas para os alunos que não tinham acesso à internet. A escola realizou ainda uma gincana literária virtual e inclusive a formatura dos alunos do 5º ano. Essa última ocorreu de forma on-line, com drive thru para os alunos.
“A nossa tradicional Festa da Família aconteceu no modelo virtual e a participação das famílias foi emocionante. Os professores se dedicaram bastante. Desde a participação em cursos de formação até às atividades gamificadas. Várias metodologias ativas foram usadas e houve a preocupação da direção com a saúde mental dos servidores”, conta Karina Silva, diretora.
A Escola Classe 39 de Taguatinga sempre apresentou bons resultados nas avaliações educacionais, ganhando inclusive, o Prêmio Nacional em Gestão Escolar no ano de 2006. Atualmente, ostenta o melhor IDEB do Distrito Federal, com o índice de 7,9. A escola atende 505 alunos, divididos em 22 turmas com Educação Infantil, e 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental.
Nenhuma escola ficou de fora
Em Brazlândia, as escolas públicas também se preparam para esse retorno tão aguardado. Sejam com reparações mínimas ou mais elaboradas, nenhuma escola ficou de fora das reformas, segundo o Coordenador Regional de Ensino, Humberto José Lopes. “Todas as escolas foram preparadas para receber os alunos com mais segurança. A merenda escolar será higienizada, o aluno que chegar na escola sem máscara, será fornecida uma máscara aqui”, informa o coordenador. A Coodernação Regional de Ensino de Brazlândia também informou que alunos que se sentirem mal, com algum sintoma de covid-19, serão levados para unidades básicas de saúde especializadas no atendimento da doença.
O Centro de Ensino Médio do Setor Oeste (CEMSO), na 912 Sul, fez a primeira grande reforma com a troca de janelas pequenas por grandes, que facilitam a circulação de ventilação em todas as salas de aula. Nas estruturas externas, como os pátios da escola, foram construídos lavatórios para higienização das mãos com sabão e álcool em gel. As áreas verdes também foram adaptadas para aulas ao ar livre. Segundo o diretor Jacy Braga, foram instaladas lousas de vidro, mesas digitalizadoras, projetores e computadores foram instalados em todas as salas de aula.
“A nossa grande preocupação hoje é a questão da vacinação dos estudantes. Nós temos uma pesquisa junto à nossa comunidade escolar, na qual 49% da comunidade responderam ‘não’ ou ‘talvez’ para que seus filhos voltem ao presencial”, diz o diretor. Para Jacy, os pais de alunos com comorbidade têm medo, principalmente aqueles que precisam utilizar o transporte público.
O regresso das aulas será feito de forma gradual e em modelo híbrido. Cada estudante deverá manter distância mínima de 1,5m e, por isso, inicialmente, as turmas serão divididas em duas, nas quais uma parte estará em sala de aula e a outra acompanhará as aulas de casa. Na semana seguinte, os papéis deverão ser invertidos. As aulas também terão o horário reduzido em uma hora, totalizando quatro horas de aulas ministradas por dia. Essa uma hora restante, o professor deverá se dedicar ao ensino remoto daqueles que ficaram em casa. Veja abaixo o novo calendário de retorno.
*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá