A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) encaminhou às escolas uma circular em que estabelece padrões de uso da plataforma Google Sala de Aula. A orientação foi enviada no início da noite desta quarta-feira (7/4) e tem o objetivo de evitar a exibição de conteúdo impróprio às crianças durante as aulas remotas.
A partir de agora, a orientação para os professores é que desabilitem a autorização para que os estudantes compartilhem a tela dos computadores na sala virtual. Somente o professor poderá exibir conteúdos. O acesso rápido à aula também não será mais possível.
Os alunos poderão entrar com autorização expressa e apresentando para acesso o e-mail institucional pela secretaria: nos formatos @edu.se.df.gov.br e @estudante.se.df.gov.br.
Números do Google Sala de Aula
Há 470 mil estudantes e 72 mil profissionais da educação cadastrados na plataforma Google Sala de Aula. Desde o início do funcionamento, foram 17,5 milhões de acessos por parte de estudantes e outros 3,6 milhões de professores.
O número de postagens também foi expressivo: 11,4 milhões de estudantes e 400 mil de professores. Nos primeiros três dias do ano letivo de 2021, a plataforma registrou 467.614 acessos. O número é 185% maior que os 163.601 registros do ano passado, quando a ferramenta começou a ser usada.
Confira as dicas completas de segurança válidas para professores, estudantes e demais usuários:
Segurança na internet
- Desativar o compartilhamento de tela dos estudantes;
- Configurar a apresentação apenas para o professor;
- Desabilitar o acesso rápido (só entra com autorização do professor);
- Permitir a entrada no Meet apenas com e-mail institucional (Escola em Casa), no formato @edu.se.df.gov.br e @estudante.se.df.gov.br.
Dicas para administradores
- Configurar permissões de estudantes e professores: recomenda-se que apenas as unidades organizacionais que contêm professores e funcionários tenham permissão para iniciar, gravar ou transmitir reuniões.
- Proteger videochamadas: quando a Rede Pública de Telefonia Comutada (RPTC) está ativada, qualquer pessoa com o número de discagem e o PIN da reunião pode participar da chamada; para proteção, é preciso desativar a telefonia.
- Monitorar o desempenho da reunião: para ver análises, incluindo os participantes, usar a ferramenta de qualidade do Google Meet.
Dicas para professores
- Impedir que os estudantes reutilizem reuniões da turma: para garantir que eles não entrem novamente em uma reunião já encerrada, usar reuniões com apelidos em vez de iniciar em um evento do Google Agenda; mesmo que o apelido seja reutilizado, os participantes não podem entrar novamente em reuniões com apelido depois que o último participante sair, e o código de 10 dígitos da reunião deixar de funcionar.
- Para criar uma reunião com apelido, use um dos seguintes métodos:
- Link curto, como g.co/meet/nickname;
- Acessar meet.google.com ou os apps Meet para dispositivos móveis e digitar o apelido da reunião no campo “Iniciar ou participar de uma reunião”;
- Usar o código do Meet gerado automaticamente pelo Google Sala de Aula.
Para dúvidas e esclarecimentos, a SEEDF recebe as solicitações pelo e-mail di_c@se.df.gov.br.
Entenda o caso do CEF 11
Na última terça-feira (6/4), hackers invadiram a aula virtual de alunos do 6º ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 11, em Taguatinga. Um vídeo pornográfico foi exibido por cerca de 10 minutos.
Os estudantes da turma tiveram as aulas suspensas nesta quarta-feira (7/4). A decisão foi tomada para que as crianças, familiares e professores participassem de uma acolhida pela equipe da escola para acompanhamento da situação.
O corpo docente da unidade escolar também recebeu os novos protocolos de segurança para utilização do sistema Google Sala de Aula. A rotina escolar foi retomada nesta quinta-feira (8/4).
Escola registrou denúncia à polícia
A equipe gestora do CEF 11 registrou ocorrência na 17ª Delegacia de Polícia na terça-feira (6/4) e está fornecendo todas as evidências para a conclusão da investigação policial.
Segundo a Secretaria de Educação, a pasta também está tomando as medidas cabíveis junto às autoridades para que os responsáveis sejam identificados e respondam pelo crime, conforme a legislação.
Em nota, a Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF) informou que protocolou expediente junto à Secretaria de Educação e à Secretaria de Justiça para as devidas providências quanto ao caso. A associação espera que os culpados pelo crime contra as crianças sejam responsabilizados, e que situações como essas não voltem ocorrer nas salas virtuais de aula da rede pública ou particular.
No documento, o presidente da Aspa, Alexandre Veloso, também pede que “seja colocada à disposição todo apoio psicológico e assistencial às famílias que tiveram seus filhos violados em seus direitos”.
*Estagiária sob supervisão da editora Ana Sá