O ministro da educação, Milton Ribeiro, confirmou a inclusão de profissionais da educação no grupo prioritário da vacinação contra o coronavírus. No anúncio, em publicação nas redes sociais, o ministro destacou que a medida visa “o mais breve e seguro retorno às aulas” e a classificou como uma vitória para a educação.
Por meio de nota, o Ministério da Educação (MEC) ressaltou que o chefe da pasta "enviou ofício à Casa Civil, solicitando a inclusão dos estudantes, professores e demais profissionais da educação, da educação básica, com ênfase no 1º e 2º ano do ensino fundamental, como grupo prioritário no esforço de vacinação contra a covid-19. A sugestão foi aceita e esses profissionais foram incluídos no grupo prioritário para receber a vacinação”.
Veto polêmico como pano de fundo
Nesta terça-feira (2/3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou trechos da Medida Provisória nº 1003/2020 que autorizava o Poder Executivo federal a aderir ao Covid-19-Covax Facility, um consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir o acesso a compra de vacinas, e estabelecia diretrizes para a imunização da população.
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Um dos trechos vetados garantia que a imunização contra a covid-19 seguiria observadas orientações como “a contemplação de acesso aos grupos de risco definidos em ato do Ministério da Saúde, aos profissionais de saúde, de segurança pública e de educação”. O trecho havia sido incluído durante a tramitação da MP no Congresso Nacional. Os congressistas ainda apreciarão os vetos.
Parlamentares repercutem garantia de vacinação
O deputado federal Bacelar (PODE-BA) ressalta que planejava a mobilização para derrubar o veto ao trecho que exclui da lista prioritárias os profissionais da educação. No entanto, considera que o Ministério da Saúde supriu isso ao incluí-los no grupo prioritário. “Era uma batalha que a gente ia ter e que, com certeza, o Congresso Nacional ia derrubar o veto”, afirma.
O parlamentar, no entanto, cobrou do governo federal uma melhor gestão durante a crise sanitária. “Resolve o problema dos professores, mas o país continua sem uma coordenação nacional do combate à pandemia. É uma loucura. Enquanto o governo federal não assumir essa coordenação, nós estamos caminhando para um caos social”, ressalta.
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Ele destaca que não será a vacina dos professores que determinará o retorno presencial às aulas. Segundo o parlamentar, deve haver atenção à necessidade de garantir infraestrutura que assegure o cumprimento dos protocolos de biossegurança.
Por meio do Twitter, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) considerou que o governo voltou atrás ao afirmar que vai garantir que os profissionais da educação estejam no grupo prioritário de vacinação.
Sindicatos dos professores do DF consideram a decisão acertada
Diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), Rosilene Corrêa Lima, espera que o bom senso se mantenha e que não voltem atrás na decisão. Ela destacou que o sindicato, assim como os estudantes, as famílias e a sociedade como um todo, quer garantidas as condições para o retorno presencial, o que começa pela vacinação.
“É humanamente impensável definir um retorno presencial sem vacinação. Em todos os lugares que fizeram essa tentativa tiveram que recuar porque comprovadamente aumenta e potencializa a capacidade de contaminação”, ressalta Rosilene. O sindicato espera que a medida viabilize o restabelecimento de uma rotina presencial nas escolas.
Rodrigo de Paula, diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), ressaltou que a entidade vê com bons olhos a decisão. “Mas, ao mesmo tempo, a gente tem um certo receio porque estamos acompanhando que não tem vacina”, ressalta. Ele diz que espera que os professores sejam imunizados o quanto antes, para que tenham a tranquilidade de voltar à normalidade.
*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá