Volta às aulas

SEEDF não confirma fala de Ibaneis sobre retorno presencial em março

O órgão afirma que as aulas voltarão em 8 de março, mas que o formato ainda não está definido. Sinpro-DF exige vacinação antes da volta

Talita de Souza*
postado em 18/02/2021 20:46 / atualizado em 18/02/2021 20:57
SEEDF não confirma fala de Ibaneis sobre retorno presencial -  (crédito:  Agência Brasil)
SEEDF não confirma fala de Ibaneis sobre retorno presencial - (crédito: Agência Brasil)

O ano letivo da rede pública do ensino básico do Distrito Federal (DF) retorna em 8 de março, mas o formato das aulas ainda não foi definido. De acordo com a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), o órgão ainda estuda o cenário da capital para definir se os alunos e professores continuam em ensino remoto ou voltam ao formato presencial.


Cerca de 37,5 mil professores e 460 mil alunos matriculados na rede (número referente aos estudantes de 2020, antes do processamento de novas matrículas em 2021) esperam a definição da SEEDF. Questionado pelo Eu, Estudante, o órgão não confirmou a fala atribuída ao governador do DF, Ibaneis Rocha, em outro veículo de mídia que garantia o retorno presencial mesmo sem a vacinação dos professores.


Samuel Fernandes, diretor do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), afirma que a volta às escolas deve ser feita apenas após a imunização dos docentes. “Fomos surpreendidos com a declaração do governador. Em reunião com a SEE-DF no início de fevereiro, o governo se comprometeu com o retorno presencial apenas após a vacinação de todos os trabalhadores da educação”, cita.


“A defesa do nosso sindicato é pela vida, logo, as aulas devem voltar ao presencial somente após a vacinaçao”, defende. “Mesmo assim, o GDF também terá que atender todas as medidas sanitárias adequadas, inclusive com a redução de alunos dentro de sala de aula para ter o distanciamento adequado”, pontua Samuel.


Questionado sobre a possibilidade de a categoria entrar em greve para evitar o retorno, o diretor diz que a decisão deve passar por votação. “Nós não podemos afirmar que retornaremos às aulas presenciais em 8 de março. É a categoria que decide se volta ou não, em assembleia virtual”, conta. O encontro dos educadores para deliberar sobre o retorno ainda não tem data definida.


As aulas presenciais foram suspensas em 12 de março de 2020 devido à pandemia da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Até então, estudantes e professores cumprem o cronograma no modelo remoto.


Secretaria de Saúde pretende incluir professores em grupo prioritário de vacinação

Em nota, a SEE-DF afirma que “a Secretaria de Saúde informa que os professores serão incluídos na campanha de vacinação contra a covid-19 logo após a ação de imunização dos idosos e conforme o recebimento de novas doses, previstas para a próxima semana”.


Assim, os professores seriam parte da terceira fase de imunização, junto a pessoas com comorbidades. A Secretaria de Saúde do DF, por sua vez, afirmou que é preciso “cautela na ampliação do grupo prioritário de vacinação” por não saber se haverá doses suficientes. O órgão afirma que “segue na expectativa da chegada de um novo carregamento de doses para ampliar a vacinação”.

Em São Paulo, estado que retornou ao modelo presencial sem a imunização de professores, foram registradas, em duas semanas de retorno, mais de 500 contaminações da covid-19 entre professores, alunos e trabalhadores das escolas. A informação é do Sindicato dos Professores do Ensino oficial do Estado de São Paulo (Apoesp).

 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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