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Censo escolar

Censo: escolas públicas tiveram 650 mil matrículas a menos em 2020

A estimativa representa diminuição de 1,7% de estudantes na educação básica. Dados são anteriores aos impactos da pandemia nos colégios ao redor do país

Por Vitórian Tito*

De acordo com os dados do Censo Escolar da Educação Básica 2020, publicados no Diário Oficial da União (DOU) no último dia do ano passado, houve queda de 650 mil matrículas nas escolas públicas do país.

O balanço de 2019 registrou 36,6 milhões de estudantes nos colégios públicos do país, enquanto o de 2020 contabilizou 35,9 milhões.

A queda foi de 1,7%. O resultado não foi impactado pelo fechamento de escolas devido à pandemia, pois os números foram colhidos no início de ambos os anos.

Os dados são respectivos à rede pública e referem-se às matrículas em creche, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio (integrado e normal magistério), ensino regular, educação de jovens e adultos (EJA) e educação profissional. A divulgação final com a inclusão dos dados da educação particular está prevista para o fim de janeiro de 2021.

As principais baixas são referentes às matrículas da rede pública no ensino fundamental integral do 6° ao 9° ano (30,4%), ensino fundamental integral do 1° ao 5° ano (21,21%) e matrículas na educação de jovens e adultos (10,15%). Houve aumento nas matrículas de ensino médio integral (21,51%).

 

Matrículas no DF cresceram

No DF, as matrículas cresceram timidamente, com um incremento de quase 600 estudantes a mais que no ano anterior.  

Em 2019, a pesquisa registrou 428,540 mil alunos matriculados nas escolas públicas brasilienses. Em 2020, o número cresceu para 429,137 mil alunos.

Pandemia provocará mudanças

Para Diego Hilarino, 29, professor de língua portuguesa no Centro de Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas), a perspectiva social continua gerando desníveis que impactam as possibilidades de acesso à educação.

Assim, pesquisas que consigam detectar a perda de alunos ao longo de 2020, após a pandemia, devem mostrar isso. “O que se teve foi a ampliação de um abismo social que realça alguns em detrimento de outros. Dado isso, o efeito foi a diminuição de matrículas e a evasão nas escolas”, explica.

“Observa-se, portanto, que há um atraso nas formas metodológicas de ensino e de evolução de meios, o que enfraquece mais ainda as possibilidades de acesso, sobretudo dos alunos mais carentes”, diz.

Os impactos desse cenário, de acordo com o professor, são visíveis de duas formas: maior evasão e zero índice de reprovação com o novo sistema de ensino.

 

Importância do levantamento

O Censo Escolar atua no sentido de coletar informações a respeito da educação básica em colaboração com as secretarias estaduais, municipais e escolas públicas e particulares de todo o Brasil.

O levantamento é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e é referência para a destinação anual dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

 

*Estudante de jornalismo do Centro Universitário Iesb sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa