Na hora de escolher a escola dos filhos, aquém do vestibular, os pais devem se perguntar se a instituição forma profissionais do futuro. É o que defende o especialista em educação e professor do Colégio Marista de Brasília Cézar Lorenzetti, que nesta sexta-feira (4/12), participou de uma entrevista ao vivo no site especial Escola a Escola do Seu Filho (assista à entrevista completa abaixo). Segundo Lorenzetti, as habilidades humanas — Human Skills — e digitais — Digital Skills — são cada vez mais exigidas no mercado de trabalho e no mundo atual.
“Português, matemática, história, todas essas disciplinas dão base para entender o mundo. As chamadas Hard Skills, que são habilidades que serão trabalhadas em qualquer escola. Mas, hoje, isso não basta. Então, atividades extracurriculares, esportes, vivências, saídas de campo, espiritualidade, trabalho voluntário, ele [aluno] precisa disso. Eu não posso ter um engenheiro que não sabe conversar com o mestre de obras, com o pedreiro. Preciso ter um base de todas as disciplinas? Sim. Mas, só isso não basta para o mercado de trabalho e para o futuro”, defende o professor.
Conforme explicado pelo especialista, as Human Skills são habilidades intrínsecas de todo o ser humano, mas que podem vir a ser trabalhadas para que as crianças e adolescentes desenvolvam, ainda no período escolar, competências que podem vir a ser utilizadas. “Colaboração, saber trabalhar em grupo, saber se adaptar às mudanças. A adaptabilidade é importantíssima para tudo que acontece”, elenca.
As Digital Skills, por sua vez, são a forma como a tecnologia pode ser utilizada ao favor daquele estudante. O professor ressalta que, apesar de os alunos serem nativos digitais, muitos sabem apenas como mexer nas redes sociais, esquecendo que a tecnologia tem muito mais para oferecer. “Eu tenho alunos que não sabem enviar um e-mail. E isso é trabalhado com o letramento digital”, afirma Lorenzetti. A programação, por exemplo, também é uma disciplina que já vem sendo trabalhado com os estudantes.
Contudo, ressalta o especialista, além dos estudos, o autoconhecimento é um fator importantíssimo para o sucesso desses estudantes. “Ter um bom livro ali é importante, mas ele precisa se conhecer. Ele precisa saber os limites dele, até onde ele pode ir, ele precisa saber se está invadido o espaço do colega, ele precisa se autoconhecer”, salienta. “Precisa ter mais foco nos livros ou no autoconhecimento? Nos dois. Mas, tem a hora certa para utilizá-los a cada momento”, completa.
Assista abaixo a íntegra da entrevista realizada pelo Correio Braziliense: