Jovens e adultos

SEEDF registra baixa procura por matrículas na EJA

As inscrições terminam em 30 de dezembro e podem ser feitas pelo site da secretaria ou pela Central 156. O resultado deve ser divulgado em 21 de janeiro de 2021

Mateus Salomão*
postado em 23/12/2020 21:24 / atualizado em 24/12/2020 09:25
 (crédito: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília)
(crédito: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília)

A sete dias do prazo final das inscrições para novas matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na rede pública do DF, a Secretaria de Estado de Educação (SEEDF) registrou baixa procura. Foram apenas 826 inscritos para começar os estudos no primeiro semestre de 2021. Esse número é 65% menor que o do primeiro semestre de 2020, quando foram registrados 2.406 estudantes inscritos.

As inscrições estarão abertas até 30 de dezembro. Os interessados podem se inscrever no site da SEEDF ou por meio da Central 156, opção 2, de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h.

A EJA é oferecida em três segmentos: o primeiro corresponde aos anos iniciais do ensino fundamental; o segundo, aos anos finais do ensino fundamental; e o terceiro, ao ensino médio. Os dois primeiros modelos podem ser acessados por pessoas acima de 15 anos, já o terceiro só está disponível para quem for maior de 18 anos de idade.


Quem faz parte do modelo recomenda

O músico e estudante da EJA Gonçalo Aquino Cardoso, 72 anos, conta que está cursando o ensino médio e considera a experiência “maravilhosa, pois despertou o interesse de estudar apesar de ser idoso”. Ele lembra que continuar os estudos é um sonho que tem há muito tempo, mas que só agora surgiu a oportunidade.


“Meu objetivo é esse: concluir meus estudos. Eu creio que depois de ter concluído a minha vida vai mudar porque eu estou ampliando os meus conhecimentos”, afirma o aluno da educação EJA a distância. “Eu já penso diferente e tenho uma outra visão”.


A modalidade é diferenciada do ensino regular

A diretora de Educação de Jovens e Adultos da SEEDF, Lilian Cristina da Ponte, ressalta que o perfil atendido é de jovens, adultos e idosos. Em razão de, muitas vezes, terem o trabalho como prioridade, ela ressalta que a oferta é diferenciada do ensino regular. “A gente tem a oferta na manhã, tarde e noite, mas nosso maior quantitativo é no noturno”, pondera.

A diretora de Educação de Jovens e Adultos da SEEDF, Lilian Cristina da Ponte
A diretora de Educação de Jovens e Adultos da SEEDF, Lilian Cristina da Ponte (foto: Arquivo Pessoal)

 

“A Eja é uma educação voltada para as pessoas que não conseguiram concluir os estudos ou estudar na idade regular”, pontua a diretora. Lilian destaca que o aluno não é alfabetizado da mesma forma que seria quando criança. “Essas pessoas têm um outro interesse quando vão buscar a escola, que é geralmente um interesse de melhoria na vida profissional”, lembra.

Um ponto importante que a diretora destaca é que, mesmo que não haja histórico escolar, é possível realizar a matrícula. Nesse caso, a pessoa deve procurar a secretaria e, caso não haja documentação de escolaridade, será aplicada uma avaliação para aferir a proficiência e etapa correspondente. Além disso, quem perder o período de inscrição poderá fazer a matrícula durante o ano letivo.

 

A procura é baixa em relação à quantidade de pessoas que pode atingir

São 112 unidades escolares no DF que ofertam a educação de jovens e adultos. Mas a diretora reforça que, apesar do número de adultos não concluintes ter crescido, muitos não têm retornado à escola. Além disso, com a pandemia e o consequente ensino remoto, houve uma diminuição da procura.

 

A diretora de Educação de Jovens e Adultos da SEEDF ressalta que parte do público apresenta uma preferência pelo modelo presencial. Ela, porém, considera que o momento pode ser uma oportunidade para aprender a lidar com as tecnologias. “O que a gente tem mostrado é que esse ensino mediado por tecnologias faz parte da nossa rotina e que é muito importante que eles se alfabetizarem digitalmente e tecnologicamente”.

 

Aulas on-line são uma opção na EJA

Lilian destaca que o próximo semestre da rede pública começa em 8 de março e deve ocorrer em modelo presencial alternado, com uma divisão das turmas por semana. No entanto, a permanência na modalidade a distância é uma alternativa.

Indira Rehem, diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional a Distância (Cejaep EAD), destaca que a escola oferece a distância modalidades alunos do DF e do entorno. A unidade recebe alunos que queiram cursar o 2° ou 3° segmento da EJA, o que engloba desde o 6° ano ao ensino médio. A diretora ressalta que o conteúdo é o mesmo do presencial, o que muda é o formato.

A diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional a Distância, Indira Rehem
A diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional a Distância, Indira Rehem (foto: Arquivo Pessoal)


“Esse aluno que estuda na modalidade a distância muitas vezes não pode estudar no presencial”, disse. Com a educação a distância os horários são mais flexíveis, portanto, fica a cargo do aluno fazer a própria grade horária. Os materiais, que englobam textos de estudo e atividades, ficam disponíveis em uma plataforma e ocorrem plantões com professores.

 

*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá

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