Volta às aulas

Colégio bilíngue Maple Bear adota rígido protocolo de biossegurança

Escola oferece educação infantil e ensino fundamental em inglês e português. Instituição foi uma das 100 particulares do DF que retornaram nesta semana

Isabela Oliveira*
postado em 23/09/2020 16:31 / atualizado em 23/09/2020 17:16
Professora Mirna Cardoso durante aula com alunos da educação infantil -  (crédito: Arquivo pessoal)
Professora Mirna Cardoso durante aula com alunos da educação infantil - (crédito: Arquivo pessoal)

Com a retomada das aulas nas instituições particulares do Distrito Federal, medidas sanitárias mais estruturadas precisaram ser adotadas para proteção das crianças e dos funcionários. Segundo balanço do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe/DF), mais de 100 instituições retornaram às atividades e apenas um terço dos alunos voltou presencialmente para as escolas. O novo normal na área da educação foi estabelecido, e uma das escolas que passou a seguir regras rigorosas para a volta às aulas foi a Maple Bear.


A escola bilíngue tem duas unidades no DF, Brasília e Águas Claras, e retornou com 25% dos alunos da educação infantil. A Maple Bear oferece aulas para crianças do maternal até o ensino fundamental, de acordo com modelo canadense. Portanto, os alunos aprendem nos dois idiomas: português e inglês. No início da pandemia, a instituição se manteve com atividades remotas, por meio da plataforma G Suite do Google.


Segundo o diretor da Maple Bear, André Sobreiro, a equipe da instituição estudou protocolos oficiais e práticas de outros países para se prepararem e definirem regras próprias de biossegurança. Foram feitos investimentos em testes de Covid-19 conforme orientação do governo, adaptação da estrutura da escola para manter o distanciamento entre as crianças, treinamentos dos funcionários e equipamentos de higienização. “Acreditamos que conseguimos criar um ambiente escolar seguro para todos”, afirma o diretor.


Aprendizado afetivo

Uma das maioridade dificuldades da professora foi se adaptar ao traje de segurança
Uma das maioridade dificuldades da professora foi se adaptar ao traje de segurança (foto: Arquivo pessoal)

Além de toda adaptação estrutural, os professores devem usar luvas, protetor facial, máscara e jaleco de mangas cumpridas. Para a professora Mirna Cardoso “está sendo muito difícil trabalhar desse jeito”, pois os colaboradores precisam estar devidamente equipados o tempo todo e devem manter o distanciamento, um fator que dificulta a aprendizagem da educação infantil. “Fazemos muito o uso do contato físico como uma forma de parabenizar uma criança. A gente está sempre os tocando”, conta a professora da unidade Maple Bear de Águas Claras. “As crianças aprendem muito pela questão do afeto.”

 

As crianças querem sentar no colo dos professores e receber carinho, mas o momento não é o adequado. Mirna conta que é difícil lidar com a impossibilidade de contato humano e explicar para os alunos que não pode. "Parte o coração da gente que tem o costume de beijar e abraçar", relata Mirna. "Nesse sentido está sendo bem sofrido."


Bianca Arruda é professora assistente da Maple Bear em Águas Claras
Bianca Arruda é professora assistente da Maple Bear em Águas Claras (foto: Arquivo pessoal)

Bianca Arruda, uma das professoras assistentes da turma de Mirna, confessa que esses primeiros dias de aula foram complicados, porque as crianças gostam de abraçar e estavam com saudades da escola e dos colegas. Apesar das dificuldades, inclusive com a roupa e equipamentos de proteção, a professora se sente segura. “A volta é necessária, porque a gente precisa ir se acostumando aos poucos”, afirma Bianca.


Os funcionários também devem preencher, diariamente, um formulário de como estão se sentindo, há aferição da temperatura e a estrutura está toda adaptada para manter o distanciamento, como divisórias nas mesas das crianças. Apesar disso, Mirna Cardoso foi surpreendida com o retorno e avalia de forma positiva, pois a escola Maple Bear proporcionou os meios para garantir a proteção de todos. “Como escola eles estão totalmente empenhados nessa questão da segurança. Isso deixa a gente muito bem protegido pela escola e as crianças", ressalta a professora de inglês e intérprete de Libras.


A turma de Mirna Cardoso é composta por 22 alunos, mas apenas sete voltaram para as aulas presenciais. Ela também achou assertiva a questão da adaptabilidade das crianças, entre 3 e 4 anos, que não reclamaram do uso de máscara ou das medidas de segurança em nenhum momento. “Criança é o reflexo do que ela vê em casa. Então, se a criança não está reclamando de colocar a máscara, com certeza, tem participação dos pais”, pontua.


Outra questão importante abordada pela escola é o contato constante com os pais feito por meio de um aplicativo, para tirar dúvidas, por exemplo. “Recebemos centenas de mensagens diariamente, contudo, não recebemos muitas mensagens de preocupação”, explica o diretor da Maple Bear, André Sobreiro. “Sempre  lembramos os pais também de que o retorno às aulas presenciais é opcional.” Portanto, alunos que preferiram se preservar continuam acompanhando os conteúdos de casa.


Conexão emocional


Um dos aspectos positivos da pandemia foi a possibilidade de exercitar alguns valores. Para a professora Mirna, a Maple Bear tinha condições de manter o ensino remoto, pois o ano já está acabando, e o principal neste momento seria aproveitar o ambiente familiar para expandir as conexões entre pais e filhos. “Como professora eu acredito que, agora, a gente tem que vivenciar outras coisas.
O diretor André Sobreiro está confiante com os resultados do novo formato híbrido da escola, com aulas remotas e presenciais para garantir o aprendizado dos alunos em 2020. “Apenas estamos atendendo à educação infantil nesses dias e estamos com uma rotina escolar muito tranquila. Os protocolos de biossegurança estão bem completos, e todos os funcionários estão empenhados em criar um ambiente seguro para todos”, finaliza Sobreiro.


*Estagiária sob supervisão da editora Ana Sá

  • Maple Bear se preparou para a volta às aulas e impôs várias medidas de biossegurança para proteção dos alunos e funcionários
    Maple Bear se preparou para a volta às aulas e impôs várias medidas de biossegurança para proteção dos alunos e funcionários Foto: Maple Bear/Divulgação
  • Uma das maioridade dificuldades da professora foi se adaptar ao traje de segurança
    Uma das maioridade dificuldades da professora foi se adaptar ao traje de segurança Foto: Arquivo pessoal
  • Bianca Arruda é professora assistente da Maple Bear em Águas Claras
    Bianca Arruda é professora assistente da Maple Bear em Águas Claras Foto: Arquivo pessoal
  • A professora Mirna Cardoso ministra aulas juntamente com equipe de assistência para auxiliar os alunos
    A professora Mirna Cardoso ministra aulas juntamente com equipe de assistência para auxiliar os alunos Foto: Arquivo pessoal
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