Após a decisão favorável da Justiça para a volta às aulas presenciais nas instituições de ensino particular do Distrito Federal, a maioria das escolas decidiu não reabrir nesta quarta-feira (5/8).
A equipe do Correio passou por várias instituições no Plano Piloto e encontrou portões fechados. Por telefone, algumas escolas informaram que estavam em reunião para definir o retorno dos alunos.
No colégio Marista João Paulo II, na Asa Norte, a volta às aulas está com o calendário suspenso. "Pela insegurança jurídica resolvemos suspender o retorno nesta semana e estamos estudando o melhor momento para a volta das aulas presenciais. Será ainda neste mês, mas não temos uma data", destacou o diretor geral da unidade, Marcos Scussel.
Segundo ele, a maioria dos pais se manifestou dizendo que não pretende mandar os filhos para as aulas presenciais. "Fizemos um pesquisa com os pais. Cerca de 50% responderam, e desses, apenas 23% afirmaram querer o retorno", pontua Marcos.
No colégio Objetivo, o calendário de volta às aulas está programado para a próxima segunda-feira (10/8), com o retorno escalonado. Dividido em grupos, os alunos do Ensino Médio e 9º ano serão os primeiros a voltar para as salas de aula presencial.
Já o Ensino Fundamental II retorna no dia 17 de agosto, seguido da Educação Infantil (19/8) e do Ensino Fundamental I (24/8). "Soltamos o cronograma para os pais em 3 de julho. Preparamos uma estratégia segura para todos, com horários de entrada e saída escalonados e transmissão das aulas ao vivo para os estudantes que ficarem em casa", destaca a gerente educacional do Colégio Objetivo, Claudia Mialichi.
De acordo com ela, dos 5.100 alunos matriculados nas sete unidades da rede Objetivo, cerca de 40% deve aderir ao retorno escalonado. Outros 50% demonstraram que preferem esperar um pouco para decidir, e 10% afirmaram que vão continuar no ensino a distância até o final do ano.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe) ainda não tem o balanço das instituições que retornaram nesta quarta-feira (5/8). De acordo com o presidente do sindicato, Álvaro Domingues, aproximadamente 40 colégios vão retornar nesse primeiro momento.
Por outro lado, a volta às aulas não é bem vista pelo Sindicato Professores Particulares (Sinproep). O diretor jurídico do sindicato, Rodrigo de Paula, conta que apenas na manhã desta quarta, cerca de dez instituições foram denunciadas por convocação dos professores sem os protocolos de segurança adequados. De acordo com ele, muitos professores não foram testados para covid-19 e nãocontam com estrutura segura para esse retorno.