Cecília Amaral*
Quase 10 anos separam “Eu estou aqui”, novo álbum da cantora e compositora belo-horizontina Adrianna, de “Antes de abrir os olhos”, seu disco de estreia lançado em 2015.
O primeiro trabalho foi concebido em meio a questões pessoais turbulentas e a saída de Adrianna da banda Jota Quest, na qual atuou como backing vocal por cinco anos. O segundo disco, no entanto, surge em um contexto mais alegre e festivo ao celebrar suas três décadas de carreira na música.
“‘Eu estou aqui’ é mais leve e marca um período de paz, por eu conseguir chegar aos lugares que almejava”, diz Adrianna. “A vida está mais tranquila. Os filhos estão criados e minha carreira está mais estável.”
O projeto, que reúne sete faixas autorais e uma interpretação de Adrianna da letra escrita por Marco Damarita, "Varal de cor", será lançado nas plataformas digitais nesta terça-feira (12/11). Hoje também, às 20h, a cantora faz o show de lançamento do disco no Teatro Sesiminas, com repertório que mescla obras de seus dois álbuns de estúdio e canções de artistas como Tim Maia, Sandra de Sá e Paula Lima.
Natureza dançante
Conforme Adrianna, “Eu estou aqui” deveria ter sido lançado alguns anos antes, mas a pandemia atrasou o projeto. “O mundo parou e comigo não foi diferente”, diz a artista.
“De certa forma, as novas músicas tentam demonstrar que, mesmo com o tempo que separa um álbum do outro, eu continuo aqui: lutando, acreditando no meu trabalho e querendo mostrar às pessoas que é possível realizar grandes sonhos apesar de todas as ‘portas na cara’ que recebemos ao longo da vida”, afirma Adrianna.
Entretanto, mesmo afastada das plataformas, a cantora não deixou os palcos e, em 2017, fundou o Baile da Dri. Show dançante, o baile roda o Brasil com ritmos apreciados pela artista, como axé, samba e forró.
Embora a faixa que dá nome ao álbum, “Eu estou aqui”, seja mais intimista e questionadora, canções como “Corpus nus” e “Eu vou dançar” revelam a natureza alegre e dançante do disco, inspirado em gêneros da chamada black music, originada nos Estados Unidos.
Sandra Sá e Tim Maia
Segundo Adrianna, seus 12 anos de experiência como vocalista na banda Dib Six, que interpretava sucessos que embalaram o público das discotecas dos anos 1970, também influenciaram seu fazer artístico. “Artistas como Sandra Sá, Tim Maia, Michael Jackson e Lady Zu estão entre minhas referências musicais. Venho do nicho black music, soul e MPB; por isso me inspiro em pessoas que exploram esses estilos para escrever novas músicas”, relata.
Com produção musical de Felipe Fantoni, o novo álbum reúne composições criadas em parceria com Maurício Lobato, Duke e Acauã Ranne. Com este último, Adrianna escreveu a sensual “Trem do amor”. Embora as letras de algumas músicas possam ser interpretadas como referentes a assuntos amorosos, a artista destaca que este não é o principal tema do projeto.
“Certos trechos podem ser entendidos dessa forma, mas não é a intenção. Quando canto: ‘vem sentir o prazer que eu vou te dar’, por exemplo, me refiro ao prazer da companhia da amizade. Não é uma concepção sexual. A música ‘Para ser feliz’, minha parceria com Lobato, traduz bem o propósito do disco de querer proporcionar alegria, felicidade e renovação para quem escuta.”
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro
“EU ESTOU AQUI”
Álbum de Adrianna
8 faixas
Independente
Disponível nas plataformas digitais
Show de lançamento nesta terça-feira (12/11), às 20h, no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia). Ingressos gratuitos, com retirada pelo site Sympla ou na bilheteria do teatro.