Eu, Estudante

Festival Marco Zero termina sábado (13/7)

Evento está percorrendo o Distrito Federal com artistas de todo o Brasil e internacionais com forte participação indígena e negra

O Distrito Federal está sendo novamente palco do Festival Internacional de Danças em Paisagem Urbana, o Marco Zero. O evento vai até o próximo sábado (13), com 16 intervenções artísticas, duas oficinas e entrada gratuita. As atividades ocorrem em diversos espaços de Taguatinga, de Ceilândia, do Núcleo Bandeirante e do Plano Piloto.

Nesta terça-feira (9/7), o Marco Zero receberá a apresentação internacional do grupo Idaebteam, de Angola, que apresenta Tatu Panji Angola. A intervenção narra a história e os percursos de três irmãos dançarinos, cada um com características únicas na arte. Por meio da dança, Vandro Poster, Geo e Didi BB conduzem o público por um turbilhão de emoções, apresentando um belo registro da cultura angolana.

Outro ponto alto será a artista Rebeca Gondim, que vem de Pernambuco para apresentar o Revinda sexta-feira (12), no Mimo Bar (SQN 205). A dança de Rebeca expressa as histórias do povo preto periférico, com movimentos que lembram as brincadeiras das culturas populares, o improviso dos Mestres de cerimônia e as esquivas do Frevo. Também de Pernambuco, Gabi Holanda e Plataforma Beira encenam À Beira, que leva para a dança as angústias e esperanças de quem vive às margens dos rios e mangues sufocados pelo avanço da especulação imobiliária.

“A rua representa a fusão do mundo ordinário, cotidiano, corriqueiro e das manifestações extraordinárias, imponderáveis. Escolher agir nesse espaço de resistência — eminentemente feito de memórias, de fluxos e presenças distintas —, é o fio condutor do Festival Marco Zero desde sua criação há quase 20 anos”, explica Marcelle Lago, dançarina, idealizadora e coordenadora do Festival Marco Zero, que teve sua primeira edição em 2006.

Com o apoio do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, a edição deste ano do festival em Brasília contará com o projeto Seio Sonoro, de Brasília, que ocorrerá, nesta segunda-feira, no Metrô Galeria. Concebido por um coletivo de mulheres da dança e da música, ele realiza “Ser Uma”, um duo com música autoral de mulheres da cidade.

Para o encerramento do festival, no sábado, o coletivo artístico BaileClava 5.0 fará apresentação de Ballroom na ocupação cultural Mercado Sul, em Taguatinga. Será uma grande festa de um projeto que realiza formações a partir da cultura voguing com temas sobre diversidade sexual e de gênero, direito à cidade e vidas positHIVas.

A primeira edição do Marco Zero nas ruas ocorreu em 2006, com a intenção de oferecer uma visão sobre a dança que ultrapassa o mero entretenimento, promovendo aprendizado e desenvolvendo o pensamento crítico. Neste ano, o projeto realizou uma série de apresentações em escolas públicas do Distrito Federal. O evento incluiu 12 performances e a oficina "Fluir o Fluxo", que integra práticas de dança e yoga, em centros de ensino do Gama, Santa Maria e Park Way. Financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (Fac-DF), a iniciativa busca utilizar a dança como ferramenta pedagógica e de inclusão nas escolas, em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

 
 
 
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Confira a programação completa abaixo: 

 

Dia 8/7 - Metrô Galeria

17h30 — Ser uma — seio sonoro (DF)

Dia 9/7— Taguacenter

12h00 — Debandada-debonde (RJ)

Rodoviária da Plano Piloto

16h30 - Entre Mundos- Cia. Corpus Entre Mundos (DF)

17h - Tatu Panji Angola (três irmãos angolanos) -Idaebteam (Angola)

17h30 - Ara Àiyé - Corpo da Terra - Kaled Hassan (DF)

Dia 10/7 - Casa Akotirene (Ceilândia)

20h - Manifesto de um Jovem Sonhador-Guel Soares (DF)

20h15 – Desamadas-Maria Eugênia Félix (DF)

Dia 11/7 - Setor Comercial Sul

18h00 - 1Lixo - Iago Gabriel (DF)

Dia 12/7- Mimo Bar (SQN 205) 

20h00 – Revinda — Rebeca Gondim e Maria Agrelli (PE)

Vila Cahuy (Núcleo Bandeirante)

16h30 — À Beira —Gabi Holanda e Plataforma Beira (PE)

Dia 13/7 — Mercado Sul (Taguatinga Sul)

19h — Baile Clava 5.0 — Casa de Onijá (DF)

 

Oficinas 

“Olha o bonde passando” (Debonde-RJ)

6 e 7 de julho - 9h às 12h

Taguaparque (marquise 2)

Criação e artistas educadores: Debonde - Amanda Gouveia, Dandara Patroclo, Luana Bezerra, Salasar Junior, Tais Almeida e Wagner Cria.

Etapa 1: chegança corpo coletivo/ Etapa 2: bate papo e experimentação/Etapa 3: escolha e construção da cena

“Corpo Afluente” (Gabi Holanda e Plataforma Beira-PE)

9, 10 e 11 de julho

14h às 17h

Núcleo Bandeirante, Salão da Divinéia

As inscrições para as oficinas podem ser feitas no site do marco zero. 

*Estagiária sob supervisão de Ana Sá