Após lançamentos nas cidades de Belo Horizonte, Goiânia e Rio de Janeiro, Sérgio de Sá retorna a Brasília com o livro biográfico que conta a história de seu avô: Bernardo Sayão — caminhos, afetos, cidades. “Desta vez, a gente vai abrir espaço para conversar sobre o livro, meu processo de pesquisa e também a minha relação pessoal com essas memórias”, conta o jornalista. O evento ocorre neste sábado (11), a partir das 16h, na Oto Livraria, na 302 Norte.

“É um livro de memórias, que mistura ensaio, apuração jornalística, mas tem um caráter biográfico. O que as pessoas mais se surpreendem é que, apesar de eu ser um de seus netos, o livro não se presta a fazer elogios ao personagem, é um retrato mais distanciado. Mas claro que traz relatos da sua vida privada, o que, talvez, ninguém mais poderia fazer”, explica o autor.

Sérgio conta que a recepção do livro tem sido boa por onde tem passado e que muitos leitores o surpreenderam com novas histórias do avô, que ficaram de fora da obra. “Nas sessões de autógrafo, aparecem novas histórias e depoimentos, que podem resultar em uma segunda edição, quem sabe… É gente que teve uma relação direta com ele, a filha de Juscelino Kubitschek e outros herdeiros políticos de JK”, diz.

Para o escritor, o avô segue sendo uma figura um pouco mítica em Goiás e Brasília, lugares em que as novas gerações continuam familiarizadas com o nome do bandeirante em função das diversas ruas e prédios nomeados em sua homenagem. “Não encontro ninguém que não tenha gostado dele, isso me surpreende muito, ele tinha uma boa imagem”, relata Sérgio.

Filho de Lia, uma dos seis filhos do engenheiro, ele não chegou a conhecer o avô, mas cresceu ouvindo suas histórias, contadas por tios e pela avó, Hilda, com quem chegou a morar por um tempo. No livro, ele resgata fotografias inéditas e guardadas no acervo familiar, entre elas, o registro histórico do momento em que Sayão recebe de Getúlio Vargas o convite para integrar a Marcha para o Oeste.

Bernardo Sayão foi engenheiro e ficou conhecido pela construção da estrada Belém-Brasília, mas foi também um pioneiro da interiorização do Brasil e uma figura chave na história do Centro-Oeste. Fundou a cidade de Ceres, foi vice-governador do estado de Goiás, e diretor da Novacap durante a construção de Brasília.