A escritora pernambucana Martha Batalha lança nesta quarta-feira (26), em Brasília, seu terceiro livro, a tragicomédia Chuva de papel (Companhia das Letras). O Rio de Janeiro é cenário, mas também personagem da obra, toda escrito em "carioquês", condição que não o torna inacessível para os leitores das outras regiões do Brasil.
Em formato bate-papo e sessão de autógrafos, o evento com a presença do professor adjunto do Departamento de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Sérgio de Sá, ex- editor de cultura e do suplemento Pensar do Correio. O lançamento ocorre a partir das 19 horas na Livraria da Travessa do shopping Casa Park.
Terceira obra da autora, Chuva de Papel conta a história do repórter Joel Nascimento, arquivo vivo das transformações do Rio de Janeiro, que passou meio século nas redações noticiando o lado B da Cidade Maravilhosa, e passou a enfrentar dificuldades financeiras, problemas familiares e alcoolismo.
Após uma peculiar tentativa de suicídio, a vida do personagem toma um rumo inesperado, quando ele é obrigado a morar de favor com Glória, tia de um amigo, uma senhora energética que exige mais interações e boas maneiras do que ele está disposto a dar. A esse arranjo junta-se a falante vizinha Aracy e seus dois chiuauas grisalhos.
Da convivência inesperada e pontuada por atritos corriqueiros emerge um companheirismo que preencherá o vagar das horas. À medida que Joel se ambienta à nova rotina, ele se verá diante de uma última história formidável, e sabe que deve contá-la. Segundo a autora, passado e presente se alternam neste romance entremeado da crueza da vida marginal e de dissabores afetivos.
Martha Batalha nasceu em Recife e foi criada no Rio de Janeiro. Trabalhou como repórter nos principais jornais cariocas e fundou a editora Desiderata. Mudou-se para Nova York e trabalhou no mercado editorial americano. Seu primeiro romance, A vida invisível de Eurídice Gusmão, foi adaptado para o cinema, representou o Brasil no Oscar e foi premiado em Cannes.
Martha, que vive entre o Rio e Santa Mônica, na Califórnia, é colunista do jornal O Globo, e foi finalista dos prêmios Jabuti e São Paulo e semifinalista do Oceanos e do Dublin Literary Award. Seus livros foram publicados em mais de 20 países.