Instituído há quase um anos, em Samambaia, por meio de contribuições solidárias, o projeto Capoeira e Inclusão Social — Educando com Arte, passa agora a contar com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF). Interessados em aderir ao esporte podem fazer se inscrever, gratuitamente, no Complexo Cultural Samambaia (Quadra 301 Conjunto 05 Lote 01, próximo à agência dos Correios e à Agência do Trabalhador).
Viabilizado por educadores sociais locais, a ação contempla crianças, adolescentes, adultos e pessoas com deficiência (PcD). As oficinas de capoeira são promovidas pelos mestres Willian Marciel, Wesley Katita e Alisson Aparecido. Os encontros ocorrem semanalmente e tem duração de cinco meses.
Com formação em educação física, os instrutores são, também, praticantes do esporte. As oficinas são compostas por crianças, adolescentes, adultos e pessoas com deficiência. Segundo o mestre Katita, o diferencial é trabalhar com a individualidade de cada indivíduo, respeitando suas limitações. “Meu compromisso é com a inclusão social para que, em conjunto com a família, possamos traçar um futuro melhor para a educação desses alunos” afirma.
Ainda de acordo com o professor, atender a todas as diversidades é mais um desafio a ser cumprido, visto que, ao fazer sua pós-graduação em educação física, optou por se especializar em psicomotricidade, formação e estruturação do esquema corporal. “Esse conhecimento me ajudou muito a atender esses estudantes da melhor forma. Todos devem aprender a respeitar a diferença de cada um. Com certeza, por meio da musicalidade e das aulas teóricas, os alunos têm esse contato com a diversidade”, afirma.
Participante da oficina desde março, Mayara Lagos conta que a iniciativa foi um grande diferencial no seu dia a dia. Ela teve o primeiro contato com o projeto por indicação de uma amiga. "Essa colega sempre postava fotos das aulas nas redes sociais, e isso acabei me motivando. Resolvi, então, conhecer um pouco mais sobre o projeto” diz.
A aprendiz de capoeira leva os dois filhos, Nathalia, 16, e Pedro Lopes, 9, para participarem das aulas. Para ela, os encontros ajudaram na disciplina e no condicionamento físico de todos. “Percebi muito a melhora do meu filho. Antes, todo o tempo livre dele era destinado ao celular. É ótimo que eles tenham, agora, essa interação social por meio do esporte” comemora.
A capoeira consegue reunir três modalidades em uma — dança, arte marcial e esporte —, e ainda abraçar a diversidade. Com berço nos povos africanos, foi considerada uma forma de resistência e defesa do povo negro. Conhecida como essência da cultura brasileira, passou a ser considerada esporte pelo Conselho Nacional do Esporte (CNE) a partir de 16 de fevereiro de 2016. Hoje, a capoeira é celebrada em campeonatos e competições, inclusive mundiais, nos quais o Brasil é constantemente destaque.
*Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende