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SescTV exibe série para lembrar o centenário de Paulo Freire

Em cinco episódios, a produção apresenta a trajetória e obra do educador e pensador brasileiro, responsável por levar a alfabetização aos lugares mais remotos do país

No próximo domingo (19), entre 14h e 18h, o SescTV exibe, em seu canal no youtube, os cinco episódios da série Paulo Freire, um homem do mundo. O documentário é dirigido por Cristiano Burlan, e apresenta alguns momentos que relembram a vida e obra do pedagogo e intelectual brasileiro, que morreu vítima de um infarto em 1997. Paulo Freire era reconhecido por sua influência no movimento Pedagogia Crítica – escola que visa o desenvolvimento da educação por meio da consciência do indivíduo perante sua realidade. Todos os episódios da série também estão disponíveis em sesctv.org.br.

A maratona Paulo Freire será precedida pela realização da live - Paulo Freire 100 anos: pensamento, experiências e derivações, transmitida sábado (18), às 16h, em youtube.com/sescsp. A atividade integra a programação da série Ideias #emcasacomosesc, promovida pelo Sesc São Paulo por intermédio de seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), com participação do público e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O debate contrará com participações da educadora social Bel Santos Mayer - uma das criadoras do projeto Biblioteca Caminhos da Leitura, que promove a leitura em espaços remotos, na região Parelheiros, em São Paulo; do diretor e roteirista Cristiano Burlan e do educador Moacir Gadotti, docente aposentado da Universidade de São Paulo (USP) e presidente de honra do Instituto Paulo Freire. Os participantes do bate-papo Paulo Freire 100 anos: pensamento, experiências e derivações levarão para o debate um pouco sobre suas vivências com mediação de leitura em espaços alternativos – inspirados na obra “Freiriana”; a amizade com Paulo Freire durante os tempos do exílio e a contribuição que o audiovisual pode dar à disseminação do legado deixado pelo educador.


Sobre a série:

A série documental mescla depoimentos de familiares, colegas de profissão e amigos íntimos do pensador, retratando a vida e obra do educador desde Recife, passando pelas 40 horas de Angicos – experiência de alfabetização com adultos do sertão do Rio Grande do Norte –, o seu exílio em Genebra e suas ações como secretário de educação da cidade de São Paulo, investigando também a reverberação de seu pensamento nas artes.


O primeiro episódio, A formação do pensamento, é em grande parte narrado pelo próprio Paulo Freire, que fala sobre sua família, seu primeiro espaço de aprendizagem. A família foi o lugar em que ele entendeu a importância do diálogo, aprendeu a viver e superar dificuldades. O educador também lembra de sua origem na cidade de Recife e a mudança para Jaboatão dos Guararapes (PE), onde passou parte de sua infância. Em um trecho do episódio, Paulo Freire ressalta sobre a pobreza vivida por ele, “lá a experiência da fome cresceu, não tínhamos dinheiro para comprar os produtos do mercado. Mas não havia fome rigorosa porque tínhamos frutas em abundância”, diz.

Os primeiros passos do marido na escola são relembrados por Ana Maria Freire, educadora e viúva do pedagogo: “Paulo começou a estudar como bolsista, em 1937, no segundo ano fundamental do colégio de meu pai”. Ana explica ainda que, no mesmo colégio, Freire cursou o 2º ano do fundamental, o pré-jurídico, e a Escola de Direito do Recife e que antes de terminar os estudos, o educador tornou-se professor de Língua Portuguesa por notório saber.

As 40 horas de Angicos, o segundo episódio, revisita a cidade de Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte, à beira de uma antiga estrada de ferro, onde 13 mil habitantes viviam do trabalho no campo e mais de 75% dos adultos viviam e morriam na pobreza e no analfabetismo, um problema básico do estado na época. Foi esse o local escolhido para ser realizada uma experiência com a proposta de alfabetizar jovens e adultos de baixa renda em 40 horas, liderada por Paulo Freire. Antes do projeto ser vetado, o educador conseguiu concretizar seu método de ensino sem cartilhas ao alfabetizar 300 pessoas, tendo como base suas vivências fora da sala de aula e estimulando os alunos a associarem o aprendizado com o dia a dia.

Na sequência os episódios O exílio, Do pátio do colégio à pedagogia do oprimido e O mundo não é, está sendo marcam o tempo em que o filósofo passou fora do Brasil e sua trajetória na luta pela educação no Brasil.