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Homenagem

CLDF debate alteração de nome da Ponte Costa e Silva para Honestino Guimarães

Audiência ocorre nesta segunda (7) e debate a mudança do nome da ponte para homenagear líder estudantil. Assista ao vivo pelo YouTube da Câmara.

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) discute, na manhã desta segunda (7), a mudança do nome da Ponte Costa e Silva para “Ponte Honestino Guimarães”. O organizador do evento será o deputado distrital Leandro Grass (REDE-DF) e o objetivo da audiência, segundo o parlamentar, é a de debater a importância de se respeitar a lei e a memória das pessoas que sofreram nesse período nefasto da história do Brasil — se referindo ao governo do presidente Arthur da Costa e Silva, que liderou o país durante o Regime Militar. Assista ao vivo no YouTube da Câmara no link: www.youtube.com/watch?v=IIYZwHhZsDA.


O novo homenageado seria o líder estudantil e ex-presidente da  União Nacional dos Estudantes (UNE), Honestino Guimarães, que estudou na Universidade de Brasília (UnB) e que foi perseguido e morto durante o Regime, após perseguição do Estado.

 

Quem foi Honestino Guimarães?

Entre os perseguidos e mortos durante o período, está o próprio Honestino Guimarães, que foi um líder estudantil e ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), a principal organização entre estudantes de ensino superior do país.


Nascido em 1947 na cidade de Itaboraí, no estado de Goiás, Honestino se mudou com a família para Brasília em 1960 e antes de completar 18 anos, passou em um vestibular e ingressou no curso de geologia na Universidade de Brasília (UnB). Ao longo da sua graduação, Honestino se engajou na militância acadêmica em meio à ditadura militar, protestando contra o governo com pichações, panfletos e manifestações.


Dois meses antes de se formar em geologia, foi expulso da universidade e foi perseguido pelos órgãos repressores do Estado. Honestino desapareceu misteriosamente em 10 de outubro de 1973, após ser preso pela sexta vez no Rio de Janeiro, e o seu corpo nunca foi encontrado.


Em março de 1996, a família dele recebeu um atestado de óbito póstumo cedido pelo Poder Judiciário do Rio de Janeiro, sem mencionar a causa da morte. 18 anos depois, em abril de 2014, Honestino recebeu a sua anistia política “post mortem”, e o motivo do seu falecimento foi enfim preenchido com “atos de violência praticados pelo Estado”.


Hoje, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE-UnB) — entidade estudantil que representa os estudantes da instituição — leva o seu nome em homenagem. No centro da capital, o líder estudantil também nomeia o Museu Nacional da República.