Após os portões se fecharem, Euclides Franco, 59 anos, permaneceu sentado do lado de fora da Uniplan aguardando sua filha, Ana Raquel, 20, que estava realizando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A ansiedade não está tão grande, porque minha filha já faz faculdade; ela cursa medicina na Unieuro e veio fazer a prova para tentar conseguir um desconto com a nota”, explicou.
“Se ela passar para uma federal, vamos trocar, mas, hoje em dia, entrar em medicina em uma universidade pública é uma verdadeira guerra. O governo cria muitas cotas, mas não aumenta o número de vagas, e isso dificulta”, completou.
Assim como Ana Raquel, Maria Eduarda Sarmanho também veio realizar o exame em busca de um desconto. “Já fui aprovada na universidade que eu queria. Eu me preparei durante o ano para passar no vestibular do UniCeub para cursar psicologia, e passei. Vim fazer a prova para tentar um desconto, por isso não fiquei tão nervosa nem ansiosa, já tinha a segurança de que estava aprovada”, contou.
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Já Isabelle dos Santos, 18, passou por uma crise de ansiedade durante a prova, mas por outra razão. “Eu já vou cursar medicina veterinária na Católica e fiz a prova para conseguir desconto. O problema foi que, no meio do exame, lembrei que tinha esquecido uma torta no forno e não havia ninguém em casa. Comecei a ficar muito nervosa com medo de que minha casa pegasse fogo, não consegui mais pensar em nada e tive que chutar todas as questões”, lamentou a estudante.
“Assim que saí da prova, entrei em contato com a minha mãe e, por sorte, ela foi em casa para pegar algo, viu a fumaça e desligou o forno antes que uma tragédia acontecesse”, compartilhou, aliviada.