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EDUCAÇÃO

Camilo Santana chama atenção para 'visão comum sobre investimento na educação'

Ministro participou de encerramento da G20 Educação nesta quarta-feira (30/10), em Fortaleza (CE)

Fortaleza (CE)* — O ministro da Educação, Camilo Santana, encerrou nesta quarta-feira (30/10) as reuniões do Grupo de Trabalho (GT) de Educação do G20 — que está sob presidência brasileira — com mensagem sobre financiamento. O texto, que será entregue aos chefes de Estado, no entanto, aborda três eixos principais: valorização dos profissionais de educação, tecnologia atrelada a educação e engajamento das comunidades com as escolas.

“Acredito que o maior impacto do G20 educacional é a busca de uma mudança do discurso internacional e a consolidação de uma visão comum sobre o investimento na educação e sua importância para o desenvolvimento sustentável. Nossas melhores práticas apontam nesse sentido”, iniciou o ministro. 

“O tamanho de nossas economias e de nossos desafios nos dá a responsabilidade de ter papel de liderança coletiva nessas discussões, com capacidade para mobilizar esforços e revitalizar o debate internacional sobre educação”, acrescentou.

Na manhã desta quarta-feira, o ministro havia comentado com a imprensa sobre um lançamento do governo federal para a valorização dos professores. De acordo com ele, em novembro, será lançado um “pé-de-meia licenciatura”, para incentivar jovens a virarem professores, e também um Concurso Nacional Unificado (CNU) para os profissionais.

Além disso, o ministro trouxe um recado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participaria nesta quinta-feira (31/10) da abertura da Reunião Global de Educação (GEM, na sigla em inglês), que ocorre até o final desta semana. Por conta do acidente doméstico de Lula, ele tem cancelado todas as viagens que constavam na agenda. 

“Educação não é custo, educação é investimento. Certamente, recurso não resolve tudo, é preciso monitoramento, avaliação, ação coordenada e decisões baseadas em resultados. E isso não exime o mundo do fato de que a educação está subfinanciada dentro de alguns de nossos países. Certamente, quando pensamos na cooperação internacional, o G20 reúne países com capacidade para liderar grandes transformações. E para o Brasil, o meio de toda transformação social, é a educação”, leu o ministro, deixando o recado do presidente.

O GEM ocorre nesta semana, também em Fortaleza (CE), e reúne grande parte dos países do mundo para debater educação. Apesar de não integrar a programação do G20, o evento deve ser complementar ao que os países decidiram como prioridade nos próximos anos. 

O texto com o resumo dos três principais tópicos discutidos nas reuniões do GT de Educação será encaminhado como sugestão de anexo à declaração da reunião dos chefes de Estado do G20, que ocorre no Rio de Janeiro, nos próximos dias 18 e 19. Os países-membros do grupo econômico se comprometeram em realizar ações, nos próximos anos nas seguintes áreas. 

Valorização dos professores

Para uma educação “universal, inclusive, equitativa e de qualidade” foi considerado como essencial o papel dos profissionais da educação. Políticas públicas que valorizem a categoria são incentivadas pelo G20.

“Iniciativas que promovam o recrutamento de professores, retenção, melhores condições de trabalho e desenvolvimento profissional contínuo, incluindo oportunidades de mobilidade e intercâmbio, são vitais para abordar a preocupante escassez de educadores observada em muitos países do G20”, diz parte do texto de conclusão do GT.

Tecnologia aliada à educação

A tecnologia foi um dos grandes debates do grupo sobre educação do G20. Os países afirmam que “apreciam a variedade de plataformas multidisciplinares e conteúdo digital” que já existem, mas alertam que essa utilização deve ser centrada no aluno para o desenvolvimento sustentável.

“Educadores e alunos precisam estar envolvidos no desenvolvimento de recursos digitais, que podem complementar o ensino presencial”, diz o documento.

A alfabetização digital e midiática também foi citada como “necessário” para o sistema educacional, “junto com o pensamento crítico, a aprendizagem socioemocional, cidadania digital e outros assuntos importantes”.

“Além disso, o Grupo enfatiza que as aplicações de inteligência artificial (IA) na educação devem ser baseadas em conteúdo educacional com garantia de qualidade”, diz ainda a recomendação do G20 Educação.

Engajamento entre comunidade e escola

Por fim, os países do grupo alertaram para a importância de a escola estar engajada com a comunidade que a cerca, para que os estudantes obtenham mais benefícios. “O fortalecimento da conexão entre escolas e comunidades promove o aprendizado prático e significativo, tendo assim um efeito positivo nos resultados do aprendizado”, finaliza o texto.

*A jornalista viajou a convite do MEC e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI)