ENSINO SUPERIOR

Cursos de graduação têm aumento de 23,6% nas matrículas no segundo semestre

O resultado indica um avanço de 28% nos cursos presenciais e de 11% na modalidade à distância e semipresencial

Raphael Pati
postado em 22/08/2024 15:48
O aumento do número de matrículas na primeira metade do ano é vista pelo setor como um resultado direto de condições econômicas mais favoráveis. -  (crédito: Beto Monteiro Ascom GRE)
O aumento do número de matrículas na primeira metade do ano é vista pelo setor como um resultado direto de condições econômicas mais favoráveis. - (crédito: Beto Monteiro Ascom GRE)

Dados levantados pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), em parceria com a empresa Educa Insights, mostram que, no segundo semestre de 2024, houve um crescimento de 23,6% no número total de matrículas para cursos de graduação. Por modalidade, os presenciais registraram avanço de 28% enquanto que, no ensino à distância (EaD) e semipresencial, o aumento foi de 11%.

Entre as disciplinas presenciais ofertadas, se destacam os cursos de direito – com 11,7% do total de matrículas –, psicologia (11,4%) e análise e desenvolvimento de sistemas (7,5%). Das 10 graduações com o maior número de matrículas, quatro estão na área da saúde: enfermagem, fisioterapia, biomedicina e nutrição que, juntas, somam 16,8% dos alunos que ingressaram no primeiro semestre do ano.

Sobre a EaD, o curso mais procurado – com folga – é administração, que representa cerca de 25% de todas as vagas preenchidas no último períod. Na sequência, são listadas ciências contábeis (11,2%), pedagogia (9,5%) e análise e desenvolvimento de sistemas (8,5%).

A pesquisa ainda mostra que 72,5% dos estudantes escolheram fazer o vestibular online para entrar na faculdade, enquanto que apenas 14% optaram por usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os alunos que buscam um segundo diploma representam 9,5%. Já aqueles estudantes que pedem  transferência de instituição somaram 7%, e os ingressantes por prova de vestibular tradicional representaram 3%.

Valorização 

O aumento do número de matrículas na primeira metade do ano é vista pelo setor como um resultado direto de condições econômicas mais favoráveis. Assim avalia o diretor presidente da Abmes, Celso Niskier, que ainda destacou que isso é consequência direta de uma valorização maior do ensino superior.

“A melhora na condição de emprego e de renda das famílias possibilitaram que mais jovens e adultos pudessem começar e voltar a investir na formação superior. Além disso, programas do Governo Federal, como Fies Social e Pé de Meia, incentivam os estudantes a valorizarem a graduação como caminho para melhor empregabilidade e renda no futuro”, comenta.

Para o sócio-fundador da Educa Insight, Daniel Infante, a pesquisa reflete o aumento de investimento das instituições para viabilizar uma expansão do número de vagas nos cursos de graduação.“Aquelas IES que optaram por descontos, por bolsas, melhores condições de negociações, tiveram um crescimento maior, sempre respeitando as premissas da eficiência operacional”, avalia.

Os responsáveis pela pesquisa coletaram dados de matrículas de 19 instituições particulares de ensino superior de todo o Brasil. O levantamento levou em consideração as faculdades e institutos de pequeno ou médio porte com alunos dos estados de São Paulo, Paraná, Ceará, Minas Gerais e Paraíba.


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