Apresentar o universo das quadrilhas juninas e promover a cultura popular. Este é o objetivo do projeto Giro Cultural, que tem visitado várias escolas do Distrito Federal com apresentações e oficinas culturais. Até o momento, 34 escolas já foram contempladas com o projeto, que entra na segunda fase este mês e deve contemplar mais 34 escolas. Ao todo, 44 quadrilhas do DF e do entorno participam da ação, que pretende alcançar mais de 20 mil estudantes até o final da vivência.
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“Para nós que fazemos cultura popular em Brasília, esse projeto tem uma representatividade muito grande. É um projeto que, além de fomentar o movimento junino e capacitar as pessoas da cadeia produtiva do segmento cultural, nós conseguimos disseminar a cultura dentro do ambiente escolar. Nós sabemos que, ao longo do tempo, essa cultura vem se perdendo e deixando de existir. O nosso intuito é transmitir conhecimento e plantar a semente da tradição e da cultura nos estudantes”, conta o presidente da Quadrilha Formiga da Roça, de São Sebastião.
Troca de valores e saberes
A vice-gestora do CED São José, em São Sebastião, Mara Lúcia Vieira de Rezende, enxerga a ação como um importante elemento de intercâmbio, troca de saberes e inclusão. “Todo ano as juninas passam na escola e se apresentam. Eu acho muito importante porque resgata a tradição e a história da cultura nordestina, que é a nossa cultura também. É uma oportunidade também de participação e inclusão. A gente convida a comunidade. Eles ficam super empolgados, acham muito bonito, interessante, e isso transforma muito. Geralmente, eles ficam no intervalo e contam com a colaboração dos professores”.
“Além de ser um evento que se distingue da sala de aula com aula teórica, na prática, temos ao ano muitas apresentações em que os alunos apreciam e participam dessa arte. Muitos dos integrantes desses grupos de quadrilhas foram nossos alunos e relatam que a dança mudou as suas vidas. Adquiriram responsabilidades, começaram a respeitar a diversidade em todos os âmbitos, além da disciplina para a vida. Passam finais de semana ensaiando. Aqui no Centrão (São Sebastião), abrimos para alguns grupos utilizarem o espaço do colégio para ensaiar”, ressalta o gestor do Centro de Ensino Médio 01 de São Sebastião, Weudes Nery de Santana Assunção.
“É muito bom ver as crianças e os adolescentes atentos ao movimento. Para a gente é grandioso demais e estimula o brincante a compreender sobre as nossas culturas e raízes. É transmitir a herança das nossas famílias, do povo nordestino, que muitas vezes é julgado por ser nordestino. Poder transmitir essa mensagem faz com que a gente possa querer almejar algo melhor, buscar os nossos objetivos e sempre levar a cultura adiante. Um povo sem cultura é um povo sem identidade. Quando a gente consegue marcar essa identidade, a gente consegue manter a nossa identidade popular”, reforça Patrese.
Curso de maquiagem para os brincantes
O projeto também irá oferecer oficinas de maquiagem para os brincantes das quadrilhas. O curso de “Automaquiagem, técnicas de maquiagem artística e penteado artístico” será ministrado na sede das quadrilhas juninas e tem a intenção de enriquecer as técnicas dos brincantes e contribuir para o desenvolvimento dos grandiosos espetáculos do ciclo. As aulas ocorrerão até o início de junho.
Confira as próximas apresentações do projeto:
Terça-feira (21/5)
20h - Coisas da Roça - CEF 05 (Sobradinho - DF)
Quarta-feira (23/5)
10h - Rasga o Fole - CEF 308 (Santa Maria - DF)
Quinta-feira (24/5)
16h - Sabugo de Milho - Escola Classe 47 (Ceilândia - DF)
Sexta-feira (25/5)
10h - Xodó do Cerrado - CED Stella dos Cherubins (Planaltina - DF)
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