As inscrições para o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), o Enem dos Concursos, começaram ontem, mas poucos minutos após a abertura, a plataforma do governo apresentou instabilidade. Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o erro ocorreu "devido à grande demanda". A chefe da pasta, Esther Dweck, disse que o processo seletivo atingiu a marca de 100 mil inscritos.
O MGI afirmou que está monitorando o sistema em colaboração com a banca organizadora, a Fundação Cesgranrio, para minimizar as oscilações. Os interessados têm até 9 de fevereiro para se inscrever. As taxas de inscrição variam entre R$ 60 e R$ 90, dependendo do nível do cargo desejado.
O CPNU, dividido em oito editais temáticos, oferece um total de 6.640 vagas imediatas em diversos órgãos e ministérios, abrangendo níveis médio e superior, com as provas marcadas para 5 de maio.
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As primeiras retificações foram publicadas no edital ontem. O Ministério da Gestão e Inovação anunciou modificações em bloco temático, incluindo divisão de cargos por vagas, requisitos, eixos temáticos, salários e termos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou por alterações nos requisitos e distribuição de vagas para a carreira de tecnologista no bloco 1, enquanto o bloco 8 teve mudanças nos pesos dos eixos e distribuição de vagas, além de ajustes salariais para o cargo de técnico.
Outros setores também foram impactados, como o Ministério da Agricultura e Pecuária, alvo de protestos de suas federações devido à falta de conteúdo específico nos editais. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) questionaram a falta de provas específicas e a possibilidade de contratação temporária.
Adaptação
Segundo a professora Fernanda Barboza, coordenadora do Gran Cursos, é necessário que os candidatos compreendam o novo modelo. Ela ressaltou a importância de separar o conteúdo em partes, começando pela objetiva, e uma escolha estratégica de cargos, dando ênfase aos pesos de prioridade.
"Minhas dicas são: Acalmar o coração para aceitar o novo modelo e não perder tempo reclamando do edital. Separar o conteúdo em partes e começar pela parte objetiva do edital. Escolher os cargos de forma estratégica dando ênfase aos pesos do cargo de prioridade", explicou.
A professora não recomenda a conciliação deste edital com outros, sugerindo que os candidatos dediquem o tempo disponível para uma preparação focada em apenas um projeto.
"Temos 100 dias para ter força total nesse projeto inovador, diferente e cheio de vantagens para os candidatos. Todos os concurseiros estão no mesmo barco, mesmo quem se prepara para concursos há anos também foi surpreendido. Assim, não tem vaga certa de ninguém", destacou Barboza.
Na semana passada, foi publicado o edital com as regras para o concurso unificado — que selecionará 6.640 servidores para 21 órgãos públicos federais, além de cadastro reserva. O documento tem informações sobre os blocos temáticos, conteúdo das provas, critérios de classificação e desclassificação, validade do certame e composição das notas finais.
*Estagiária sob a supervisão de Luana Patriolino