O ministro da Educação, Camilo Santana, afastou, ontem, a possibilidade de anular o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) depois que fotos da prova foram postadas nas redes sociais. A situação levou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração e aplicação do certame, a acionar a Polícia Federal (PF) para investigar o episódio.
"Tivemos duas diligências em relação às imagens circuladas, uma em Pernambuco e outra aqui, no Distrito Federal. A Polícia Federal continua apurando e fazendo as investigações", explicou o ministro. De acordo com o Inep, não se trata de vazamento de informações, mas, sim, de fotografias divulgadas após o início da aplicação do teste, quando os estudantes já estavam dentro das salas. Quinze pessoas foram presas por violarem as regras do concurso e, entre elas, duas tinham feito imagens da prova — uma, inclusive, mostra o tema da redação.
"Foram ocorrências pontuais, diante de milhões de pessoas (que participaram do certame). Todas as ocorrências estão sendo investigadas pela Polícia Federal para que possamos dar respostas. Conversei com o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), com o superintendente da PF e estive presente ao Centro de Controle da Polícia Rodoviária Federal, que contou com representantes de cada estado brasileiro", disse o ministro.
Apesar dessas intercorrências, Santana afirmou que o Enem "positivo" e um "sucesso", pois houve um aumento de 13% nos inscritos para o exame neste ano — 3,9 milhões contra 3,4 milhões em 2022. O Nordeste foi destaque entre as regiões, com o maior número de candidatos, o que é um feito inédito, como frisou o ministro.
Ao todo, quase meio milhão de candidatos se submeteram à primeira fase da prova — a segunda é no próximo domingo. Dados do MEC mostram que aproximadamente 4 mil pessoas foram eliminadas do exame e 905 foram afetadas por problemas logísticos.
"Todas as escolas tiveram o funcionamento do Enem. Mas aqueles que se sentirem prejudicados por questões de saúde ou climáticas poderão fazer a prova nos dias 12 e 13 de dezembro", garantiu.
O ministro destacou, ainda, que a impressão colorida da prova visou ajudar os daltônicos (pessoas com dificuldades na identificação de cores como vermelho e/ou verde). E que o cartão-resposta maior foi para auxiliar quem tem problemas de visão.
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