Na manhã desta quinta-feira (28/9), servidores da carreira denominada Políticas Públicas e Gestão Educacional (PPGE) realizaram uma assembleia em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Entre as medidas exigidas estão: reestruturação da carreira; novas tabelas salariais, aumento da Gratificação de Incentivo à Carreira (GIC), de 40% para 70%, tratamento isonômico com a Carreira de Magistério (professor ou cargo de docência) e criação de um plano de saúde. O ato se deu em conformidade com a reunião marcada, também para esta quinta, entre parlamentares do legislativo e representantes do Governo do DF (GDF), que devem discutir o tema.
Ediram Oliveira, 63, que é técnico de gestão educacional e diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas no DF (SAE-DF), explicou que há o descumprimento do Plano Distrital de Educação (PDE), aprovado em 2015. Entre as metas descumpridas está a 17, que diz respeito à promoção da valorização dos trabalhadores na Educação Básica pública do DF, e a 20, que prevê as alterações orçamentárias para atender isso.
“De lá para cá, sem nenhum reajuste, acumulou-se cerca de 70% de defasagem remuneratória. Recentemente, houve um aumento de 6% que não faz diferença alguma em todo esse débito. Nós estamos reivindicando o mínimo, que é o aumento em uma parcela remuneratória, a Gratificação de Incentivo à Carreira, sem esquecer a luta pelo cumprimento do PDE”, contou.
A expectativa do técnico é que, a partir da reunião dos parlamentares, possa haver algum encaminhamento. “Caso não venha nenhuma proposta, a greve se mantém”, declarou. Os servidores estão em greve desde o dia 19/9.
Clévia Carvalho, 51, é secretária escolar há 30 anos e destacou que a carreira administrativa é fundamental para o funcionamento da rede pública de ensino, porém não tem a visibilidade que merece. “Dessa vez, devido à união da categoria, temos ganhado força e estamos animados com nossas reivindicações”, comentou.
A servidora ainda lembrou que há cerca de oito anos não há qualquer aumento significativo em suas remunerações. “Isso impacta a nossa qualidade de vida e mina os nossos planos. Às vezes, queremos fazer especializações, por exemplo, e não conseguimos. Eu mesma gostaria de trocar o meu carro, que é o mesmo há 10 anos, e não consegui”, desabafou.
Gizelda Benevides, 54, também é secretária escolar há 28 anos em Sobradinho e frisou que é decepcionante não haver isonomia entre as PPGE e a carreira do magistério. “A escola não funciona apenas com professores”. A categoria de PPGE inclui, além de secretários escolares, assistentes sociais, psicólogos, monitores, merendeiros, porteiros, entre outras profissões.
O Presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), esteve presente na mobilização e deixou um recado aos servidores: “Vocês são muito bem-vindos aqui e a luta é justa. Sabemos que temos problemas orçamentários e devemos muito a essa categoria”.
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