A greve dos professores da rede pública do Distrito Federal deve dificultar o diálogo do GDF com a categoria. No CB.Poder — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília — desta quinta-feira (4/5), a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, falou sobre a crise na pasta. “O secretário (da Casa Civil), Gustavo Rocha, colocou que se houvesse a greve, o governo suspenderia as tratativas que vinham avançando”, afirmou.
Na bancada, a jornalista Ana Maria Campos perguntou sobre como devem se desenrolar as conversas do governo em relação à paralisação e reajuste salarial dos educadores. A titular da pasta começou explicando o reajuste e o comparou com políticas aplicadas em outros estados.
“Muitos estados estão dando somente piso e chegaram naquele limite de R$ 4.420,55. Quem não é do piso não recebe nada. Então, a pessoa que tem cinco anos de casa continuou com o mesmo salário. Aqui foi dado 18% para quem ingressou agora ou para quem está em final de carreira, todos os níveis”, pontuou.
Paranaguá também ressaltou que o governo não pode conceder reajustes que ultrapassem a lei de responsabilidade fiscal, sob o risco de causar prejuízos presentes e futuros. “O governo tem a lei de responsabilidade fiscal, então não pode ser irresponsável de conceder um reajuste e gerar prejuízo para o governante e os próximos, com algo que ultrapassa a lei. Estamos praticamente no limite prudencial”, destacou.
A secretária afirmou estar aberta à retomada das conversas com a categoria, contanto que as aulas voltem. “Sou sempre a favor do diálogo. Acho que ainda é a melhor alternativa. Sou professora de carreira, sindicalizada, entendo a luta deles. Mas queremos voltar com as aulas, para retomar a discussão sobre a melhoria no salário da categoria" concluiu.
A greve
A assembleia geral sobre a greve dos professores e orientadores educacionais do ensino público do DF ocorreu na manhã desta quinta-feira (4/5) e contou com 8 mil pessoas. Aos cânticos de “Professor na rua, Ibaneis a culpa é sua”, os profissionais caminharam do estacionamento do Centro Cultural Ibero-Americano (antiga Furnarte) até a frente do Palácio do Buriti.
Os manifestantes reclamavam da falta de monitores para crianças especiais e também chamavam atenção para a superlotação das salas de aula. Nas principais escolas do DF, o número reduzido de alunos e professores dava o tom do dia. No Centro De Ensino Médio Elefante Branco (CEMEB), na Asa Norte, grande parte dos docentes aderiu ao movimento. Dos 30 professores, apenas cinco foram à escola.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel