VIOLÊNCIA ESCOLAR

Tuíte de aluno que matou professora será investigado, diz secretário

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que "toda pessoa que curtiu ou comentou" a postagem do autor do crime será investigada

Correio Braziliense
postado em 27/03/2023 17:53 / atualizado em 27/03/2023 17:56
 (crédito: Reprodução/Google Street View)
(crédito: Reprodução/Google Street View)

Usando um perfil fechado no Twitter, o adolescente de 13 anos que assassinou uma professora e atacou colegas na manhã desta segunda-feira (27/3), na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, já havia anunciado que tinha a intenção de cometer o crime desde domingo.

Durante coletiva de imprensa, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que não descarta a possibilidade de o agressor, um estudante de 13 anos, ter recebido ajuda. Derrite afirmou ainda que "toda pessoa que curtiu ou comentou a publicação dele vai ser objeto de investigação e trabalho da Polícia Civil", ao se referir a um tuíte publicado sobre o ataque pelo agressor.

O agressor já tinha postado em uma rede social sobre o que pretendia fazer e foi encorajado por vários outros usuários, com perfis parecidos, que curtiam e comentavam os posts. Um deles chegou a se definir como "mentor" e disse estar orgulhoso ao compartilhar a notícia do atentado.

"Irá acontecer hoje, esperei por esse momento minha vida inteira, tomara que consiga alguma kill pelo menos, minha ansiedade começa atacar por causa disso, enfim… me desejem boa sorte!”, escreveu o agressor em uma das suas postagens.

Em relação às medidas que serão tomadas pela secretaria, Derrite afirmou que as rondas perto das escolas serão intensificadas a fim de evitar novas tragédias. "No dia de hoje nós tínhamos 207 viaturas realizando o patrulhamento de ronda escolar, nós temos uma estrutura que já funciona há anos. Além disso, temos alguns programas que já funcionam, temos também treinamentos sendo realizados no dia 23 com policiais militares e policiais civis com o tema 'agressor ativo', que pode ser usado para agressor ativo e atirador ativo, o que os policiais terão que fazer em ocorrências desse tipo", afirmou o secretário.

Em investigação, a polícia soube que o garoto havia chegado recentemente à escola e que havia sido transferido justamente por conta de um problema de indisciplina e violência no antigo colégio. Ainda de acordo com as investigações, na semana anterior ao crime, o agressor teve um embate com outro aluno e teria disparado ofensas racistas ao colega. Alunos afirmam que ele teria chamado o garoto de "macaco" e "rato", e que a professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, assinada nesta segunda-feira (27/3), precisou apartar a briga.

Entenda o caso

Um adolescente de 13 anos, que não teve a identidade revelada, esfaqueou quatro professoras e um aluno na manhã desta segunda-feira (27/3), dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo. Uma das professoras atacadas, Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu. O agressor é do 8º ano do ensino fundamental e foi apreendido.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação