SÃO PAULO

MP investigará denuncia de aluno sobre mensagens de teor nazista

Antônio, 15 anos, reagiu às mensagens de ódio trocadas por um grupo de alunos em um colégio de São Paulo. Agora, Ministério Público investigará o caso

Aline Gouveia
postado em 07/11/2022 20:30 / atualizado em 07/11/2022 20:32
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

Após o resultado da eleição presidencial, alunos do colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, passaram a compartilhar mensagens com ofensas racistas e de apologia ao nazismo. Antônio, 15 anos, foi adicionado ao grupo no WhatsApp chamado "Fundação Antipetismo" na noite de domingo (30/10). Por causa do teor das mensagens, o estudante negro falou com a direção da escola e denunciou o fato. O caso é investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público também vai apurar as ofensas enviadas a alunos.

Em entrevista ao Fantástico, o adolescente disse que havia todo tipo de preconceito no grupo feito por colegas. “Por eu ser preto, ao ler mensagens assim me sinto atingido diretamente. Quando eles fazem menções ao nazismo, isso também ataca a minha raça, porque o que aconteceu no nazismo foi um ataque não só a judeus, mas a diversos grupos sociais, tanto negros quanto mulheres”, contou o aluno.

Nas mensagens, existe conteúdo com xenofobia contra nordestinos, racismo e citações a Adolf Hitler e Benito Mussolini. A advogada e mãe de Antônio, Thaís Cremasco, tem cobrado ações para conter os discursos de ódio. "Vamos continuar acompanhando e cobrando quais são as medidas pedagógicas que a escola vai tomar para combater o racismo! Muito obrigada a cada pessoa que se solidarizou e apoiou! Essa luta não é só minha, nem do Antônio e da Tayla. A sociedade inteira precisa se mobilizar diante do racismo e do preconceito", afirmou.

O caso foi revelado pelo portal Ponte e teve repercussão nacional. Oito alunos foram expulsos do colégio, que é considerado um dos mais caros de São Paulo. A instituição, por meio de nota enviada ao g1, disse que repudia toda forma de preconceito e que o caso está sendo investigado. A Federação Israelita de São Paulo também se manifestou. "Neste caso, cabe uma atitude enérgica da escola, bem como da sociedade, a fim de que discursos como estes sejam banidos, de uma vez por todas, de nosso convívio", afirmou a entidade.

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