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'Brasil precisa estar preparado para nova pandemia', afirma epidemiologista

Especialista em epidemias Pedro Curi Hallal explica, em conferência na UnB, que o país precisa de mais políticas de Estado para enfrentar uma pandemia de varíola do macaco

Com a pandemia de covid-19 arrefecendo no mundo inteiro e a preocupação com o surto da varíola dos macacos (monkeypox) aumentando, o epidemiologista Pedro Curi Hallal, doutor pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), fez uma análise sobre o enfrentamento do coronavírus pelo Ministério da Saúde e a possibilidade de o mundo enfrentar uma nova epidemia global.

De acordo com o epidemiologista, o Brasil precisa reforçar as políticas de Estado e diminuir as simples ações de governo, que, na visão dele, podem ser insuficientes e até prejudiciais para o combate a crises sanitárias. Além disso, ele acredita que é preciso aumentar a participação popular no enfrentamento da doença.

"O Brasil tem que migrar para um modelo que tenha mais política de Estado, tenha menos poder na mão do governo - qualquer que seja - e mais participação na mão do povo na tomada de decisão", avaliou Hallal durante a conferência O Brasil está preparado para outra pandemia?, do 74º Encontro Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até 30 de junho na Universidade de Brasília (UnB).

Varíola do Macaco

Sobre o surto global da varíola do macaco (monkeypox), o epidemiologista disse que não há dúvidas sobre a gravidade da doença, que pode causar dores no corpo e até lesões na pele, mas ressaltou que atualmente há mais conhecimento entre a comunidade científica para enfrentar esse tipo de situação, o que pode ajudar a impedir que a doença cause danos comparáveis aos da covid-19 no Brasil e no mundo.

"A varíola do macaco, pelo histórico, a gente tem mais capacidade de saber o que precisa fazer do que no começo da covid-19. Mas não tenho dúvida que é uma emergência de saúde internacional”, ponderou.

Ontem (26/7), o Ministério da Saúde confirmou 813 casos da monkeypox no Brasil. Também nesta terça, a líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a doença, Rosamund Lewis, afirmou que a situação no país é “muito preocupante”. No sábado (23), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, anunciou emergência de saúde pública internacional para a doença.

*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader

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