As aulas presenciais na Universidade de Brasília (UnB) voltaram, nesta segunda-feira (6/6), com a maioria dos alunos de máscara contra a covid-19, mas preocupados com o avanço de casos no Distrito Federal.
Novato no Campus Darcy Ribeiro, o aluno de letras Natan Dourado, 20 anos, saiu de Sobradinho, onde mora, por volta das 5h35 e chegou no Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, às 7h15 para o primeiro dia de aula presencial. "Sinto que talvez eu tenha mais motivação agora, porque antes, o ensino remoto misturava o espaço domiciliar e a necessidade de estudar", analisa o estudante do terceiro semestre.
Mesmo sem a obrigação do uso de máscara de proteção ou a apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19, a UnB ainda incentiva as medidas. Além disso, para garantir um retorno seguro para toda a comunidade acadêmica, a universidade fez uma série de adaptações, como disponibilizar totens de álcool em gel instalados em pontos estratégicos dos quatro campi (Darcy Ribeiro, Ceilândia, Gama e Planaltina), lixeiras com pedal e cartazes com orientações sobre conduta em relação à higiene.
O retorno em meio ao aumento de casos da covid-19, foi definido no final de março, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), e deve impactar 56 mil estudantes da graduação e da pós graduação, além de professores e servidores.
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Diante desse cenário, a volta do movimento nos corredores e salas de aula é um fator importante, na visão de Natan. No entanto, ele diz que não vai deixar de tomar os cuidados sanitários contra a covid-19. "Não custa nada a gente utilizar a máscara. Por mais que tenham desobrigado o uso no DF, vou continuar usando até a pandemia ficar mais tranquila", assegura o aluno.
Por volta das 7h30, quem também chegou ao Instituto Central de Ciências (ICC) foi a estudante do terceiro semestre de serviço social Luiza Eineck, 21, moradora da Asa Norte. Ela comemorou o retorno presencial porque percebeu que a juventude ficou em casa com um ensino remoto precário. "Claro que a pandemia pesa bastante, mas se tivessem (reitoria) usado esses dois anos para a gente voltar da forma mais segura possível, seria o ideal", comenta.
A jovem, que é do movimento estudantil Faísca Revolucionária, acredita que a comunidade acadêmica poderia ter participado da decisão sobre o retorno presencial ou não. "Inclusive, os estudantes, trabalhadores e os próprios professores podiam decidir como o retorno presencial se daria, e não de uma forma vertical, como a reitoria fez", acrescenta a moradora da Asa Norte.